O 19o Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes se realiza em Sochi com o lema: “Pela paz, solidariedade e a Justiça Social, lutamos contra o imperialismo”
No último domingo aconteceu a abertura do 19° Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes, em Sochi, na Rússia, que conta com a participação de 25 mil jovens de 150 países.
O presidente da Rússia, Vladmir Putin, esteve presente à abertura, que contou com diversas apresentações culturais de música e dança do país anfitrião . Putin lembrou dos festivais de 1957 e 1985 em Moscou, ainda sob o regime socialista. “Desde aquela época, o festival luta pela paz, pela crença de que a juventude, com a sua sinceridade e gentileza, poderia quebrar o gelo da desconfiança e ajudaria livrar o mundo de toda injustiça, guerras e conflitos”, disse o presidente russo.
O festival é organizado pela Federação Mundial da Juventude Democrática (FMJD), e acontece a cada quatro anos. Uma oportunidade para que jovens de todo o mundo estabeleçam e laços na luta anti-imperialista e pela paz. Esta edição comemora o centenário da Revolução Socialista na Rússia, homenageia os 50 anos da morte de Ernesto Che Guevara, e se organiza sob o tema: “pela paz, a solidariedade e a justiça social, lutamos contra o imperialismo – honrando nosso passado construimos nosso futuro”.
“De fato, há muita coisa que os pares de vocês, desde o primeiro festival, conseguiram alcançar. Eles provaram que barreiras não tinham poder algum contra a amizade genuína, que diferenças nacionais religiosas, culturais e muitas outras não tinham qualquer efeito no calor das relações entre as pessoas e os povos (…) estou certo de que vocês – a juventude de diferentes países, nacionalidades e crenças – partilham de sentimentos, valores e ambições comuns, pela liberdade, a felicidade e a paz no planeta. É a juventude que tem maior condição de desafiar a forma como estão as coisas, por isso continuem lutando para mudar o mundo e torná-lo um lugar melhor. Boa sorte”, acrescentou.
O presidente da FMJD, o cipriota Nikolas Papadimitriou, discursou na abertura do festival defendendo a luta anti-imperialista no mundo e ressaltando a memória do centenário da Revolução Russa. Ele relembrou o primeiro festival, em 1947, em Praga, construído no bojo da luta anti-fascista. “Desde então o festival se desenvolveu e se fortaleceu. Junto com a FMJD, as vozes dos povos oprimidos se elevam. Milhares de pessoas da Ásia, Europa, América Latina, no Oriente Médio e África encontraram na luta anti-imperialista, de solidariedade internacional e amizade entre os povos, as características e os ideais necessários ao desenvolvimento dos povos”.
O presidente do Partido Comunista da Federação Russa, Guennadi Ziuganov, participou como palestrante no debate “As conquistas e objetivos da Revolução Socialista de Outubro”. Ele começou convidando a todos às comemorações que o partido fará, no próximo mês, dos 100 anos da Revolução. Para ele “a revolução proletária no nosso país mudou dramaticamente a cara do planeta. Pôs a Rússia no caminho do socialismo, resolveu a crise nacional e salvou o país da destruição. A grande revolução de outubro livrou a Rússia do capitalismo e da opressão nacional. Para os povos da Terra, se tornou um exemplo e um chamado na busca por um futuro que a humanidade merece”.
O líder russo também ressaltou que a crise atual por que passa o mundo é uma consequência direta do neoliberalismo, que “deixou de lado todo vestígio de democracia e direitos humanos, a essência parasita desse capitalismo não vai desaparecer a menos que seja destruída! É por isso que a juventude está aqui hoje reunida na luta para destruir o imperialismo, cabe também aos jovens lutar para construir uma sociedade mais justa, fraterna e solidária, uma sociedade socialista. Afinal, não pode haver revolução sem a juventude”, concluiu Ziuganov.
O festival também prestou solidariedade a Cuba, contra o embargo econômico, pelo desenvolvimento socialista. Aleida Guevara, filha de Che esteve presente. Brasil, China, Vietnam, Rússia, Brasil, Estados Unidos, Venezuela, Peru, Coréia do Norte, Bolívia, e muitos outros países estiveram presentes no ato de solidariedade.
ANA CAMPOS e MAÍRA CAMPOS de Sochi, Rússia