A atividade econômica do país ficou no vermelho no mês de março, caindo -0,15%, depois de registrar 2,53% em fevereiro (revisado), segundo o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), do Banco Central, divulgado nesta sexta-feira (19).
O índice é considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), que será divulgado oficialmente pelo IBGE no próximo dia 1º de junho. No trimestre, a economia avançou 2,41% em relação ao último trimestre de 2022. Em relação ao mesmo período do ano passado, a prévia do PIB avançou 5,46%. No acumulado de doze meses, até março, a alta foi de 3,31%.
Na média móvel trimestral, usada para captar tendências, o IBC-Br teve alta de 1,03% em relação aos três meses encerrados em fevereiro.
Diferente do IBGE, que divulga a soma de todos os bens e serviços produzidos no país (o resultado oficial do PIB), o índice do Banco Central considera o nível de atividade da indústria, comércio, serviços, agropecuária e o volume de impostos.
O resultado do primeiro trimestre deste ano foi considerado uma “surpresa” para os defensores do arrocho monetário imposto pelo presidente do Banco Central, Campos Neto, que esperam uma queda de 0,30% e já defendem a manutenção da taxa básica Selic no mais alto patamar do mundo, em 13,75% desde agosto do ano passado, ao contrário do setor produtivo que defende a imediata redução dos juros que estão estrangulando a economia e impedindo o crescimento do país.
A indústria, por exemplo, ficou estagnada (0%) na passagem do 4º trim/22 para o 1º trim/23, mesmo com a alta de +1,1% em março na comparação com fevereiro. A indústria de transformação, isto é, excluído o ramo extrativo, caiu -0,3% no período.
O setor de serviços teve forte retração em janeiro e os resultados dos dois meses seguintes não foram suficientes para anular o resultado do início do ano.
O comércio varejista, apesar de estar no azul no trimestre, teve quatro das oito atividades negativas no mês de março, com destaque os segmentos que mais necessitam de crédito e estão expostos aos juros abusivos no crédito: Tecidos, vestuário e calçados caiu -4,5%, Outros artigos de uso pessoal e doméstico. A atividade de Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com maior peso no índice, ficou estagnada (0,0%).
A inadimplência das famílias e das empresas continua batendo recordes, com inúmeras empresas, entre grandes, medias e pequenas, do varejo e da indústria, pedindo recuperação judicial ou falência. Por trás da crise está “a sentença de morte”: os perversos juros do BC.