O novo ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Marcos Antonio Amaro, defendeu o general Gonçalves Dias, que comandava o órgão no dia 8 de janeiro, e afirmou que as imagens mostram ele evacuando o terceiro andar do Planalto, e não ajudando os terroristas.
Amaro disse que “não houve facilitação, houve esforço que não foi suficiente para conter a invasão”. O general participou de uma reunião na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados.
Gonçalves Dias pediu demissão do GSI depois da divulgação de imagens editadas das câmeras de segurança do Palácio do Planalto durante o atentado terrorista do dia 8 de janeiro, pela CNN.
As gravações mostram que alguns agentes do GSI, que tinham sido indicados pelo governo Bolsonaro, estavam dialogando com os terroristas e chegaram até a distribuir água. Na divulgação das imagens, a CNN preservou a identidade desses funcionários, mas atacou Gonçalves Dias.
“As imagens divulgadas pela CNN procuram demonstrar que houve facilitação. Na realidade houve que ele, G. Dias [Gonçalves Dias], estava indicando a porta que conduz do terceiro para o segundo andar do Planalto”, rebateu o general Amaro.
“Conhecendo o Palácio do Planalto, posso assegurar que era isso que ele estava fazendo, levando do terceiro para o segundo piso, onde os manifestantes estavam contidos já para posterior prisão”, continuou.
A avaliação do novo chefe do GSI é de que não chegaram ao órgão informações suficientemente precisas sobre a tentativa de golpe bolsonarista.
“Os efetivos são acionados pelo grau de ameaça. Esse grau de ameaça depende de informações corretas sobre o número de manifestantes, de capacidade de invasão. Então nós tivemos os efetivos compatíveis com o nosso conhecimento a respeito dos manifestantes”, apontou.
Depois da demissão de Gonçalves Dias, o governo Lula se empenhou em fazer uma reestruturação do GSI, demitindo pelo menos 90 funcionários oriundos da gestão bolsonarista.
No governo de Jair Bolsonaro, o GSI foi comandado pelo general Augusto Heleno, que é muito próximo a Jair Bolsonaro e conhecido por suas posições fascistas. Marcos Amaro destaca que Heleno “arranhou” a institucionalidade do Gabinete.