A Câmara dos Representantes da Suíça rejeitou na noite de quinta-feira (1º) uma proposta para autorizar a reexportação de material de guerra fabricado na Suíça para a Ucrânia, informou na sexta-feira (2) o portal Swissinfo. A rejeição foi por 98 votos a 75 e 2 abstenções.
Assim, os deputados determinaram que não seja flexilizada a proibição de fornecer armas suíças a regiões em guerra, em vigor há décadas em obediência ao tradicional status de neutralidade. O que também impede que armas e munição compradas da Suíça sejam repassadas a beligerantes.
RECHAÇO A PRESSÕES DE WASHINGTON
Os parlamentares suíços rechaçaram, portanto, as pressões da Alemanha, Dinamarca, Espanha e Holanda – e, claro, de Washington e da Otan – para enviar munição e armas de fabricação suíça de seus arsenais para a guerra de procuração dos EUA contra a Rússia na Ucrânia.
O Partido Popular Suíço, que tem a maior bancada, votou contra a flexibilização pedida pelos belicistas e nazistas ucranianos. No dia da recusa, o chefe do regime de Kiev chegou a se encontrar com seu homólogo suíço na Moldávia durante uma cimeira europeia. Mas não adiantou, como visto no resultado da votação.
A Lei Suíça de Material de Guerra proíbe o comércio de armas produzidas no país para países envolvidos num conflito armado internacional, sendo que toda aquisição inclui uma cláusula que obriga o país comprador a solicitar permissão à Suíça em caso de disposição de reexportar.
Em 10 de fevereiro, o Governo suíço confirmou a rejeição do pedido espanhol para a transferência de dois canhões antiaéreos de fabricação suíça para a Ucrânia. A Suíça já tinha negado pedidos semelhantes à Dinamarca e Alemanha, que no ano passado pediram a transferência de armas suíças para a Ucrânia para ajudá-la contra os russos.
Em concreto, a Suíça rejeitou dois pedidos alemães para reexportar munição suíça para a Ucrânia para tanques de batalha Leopard e um pedido dinamarquês para fornecer cerca de 20 tanques de batalha Piranha III. Portanto, sem reexportação de armas suíças. Já quando se trata do sistema financeiro, a posição de Berna é de alinhamento às sanções contra a Rússia.