O volume total de empréstimos consignados, de janeiro a maio de 2017 foi de R$ 26,06 bilhões. Neste ano, considerado o mesmo período, o total de empréstimos foi R$ 30,2 bilhões, ou R$ 4,1 bilhões a mais. Em termos percentuais um aumento de 16%.
Nos últimos doze meses encerrados em março, o saldo das dívidas de aposentados e pensionistas com os bancos, por conta de empréstimo pelo consignado, chegava a R$ 120 bilhões e aumentou durante os últimos 12 meses em 13,7%. Um crescimento acelerado do saldo devedor e que dá indicações preocupantes.
O valor da dívida per capita, de R$ 4.129, equivale a 2,3 vezes a renda média dos beneficiários, que é de R$ 1.750 por mês.
Como tantas outras coisas inventadas pelo PT, no contexto de vender uma imagem de governo para o povo e praticar uma política, em especial depois da eleição de Dilma, que só trás tormentas para os mais pobres, o empréstimo consignado vem se mostrando um grande negócio para bancos e financeiras e uma armadilha para aposentados e pensionistas.
Levados pelo desemprego de familiares, pelos preços abusivos dos remédios, pelos reajustes abaixo da inflação dos seus vencimentos, pelas mensalidades abusivas dos planos de saúde, quando conseguem manter um, entre outras mazelas que a depressão da economia vem impondo à grande maioria da população, aposentados e pensionistas são levados a contratarem os empréstimos consignados na ilusão de juros baixos.
Quando 26% ou mais de juros ao ano são juros baixos? Apenas na esquizofrênica realidade dos bancos hoje no Brasil, quando um cheque especial cobra mais de 300% ou o Cartão de crédito mais de 400% ao ano.
Os aposentados, de maneira geral, tem um orçamento limitado, não tendo condições de aumentar sua renda num aperto imprevisto. Então o que foi singelamente oferecido como uma vantagem para situações excepcionais, tornou-se o derradeiro emparedamento do endividado.
A prestação do empréstimo fica garantida no banco, seja qual for a situação do aposentado. Ele tira outro empréstimo e nessa espiral fica completamente rendido. Os bancos não perdem nunca.