A reunião de Bruxelas foi marcada pela oposição de países que defendem suas empresas da sanha punitiva de Washington. O debate sobre o 11º pacote de sanções da UE foi adiado por uma semana
Com seus interesses nacionais cada vez mais prejudicados pela política que os Estados Unidos impõem, os governos da União Europeia (UE) não conseguiram chegar a um acordo sobre um novo pacote de sanções contra a Rússia – o 11º – na reunião do Comitê de Representantes Permanentes, na quarta-feira (7), e devem continuar as negociações sobre a questão no próximo dia 14 de junho, informou a RTBF TV da Bélgica.
O encontro foi marcado pela oposição da Grécia e da Hungria à proposta da Ucrânia de incluir várias empresas desses países na lista dos chamados patrocinadores da guerra.
As sanções já causaram graves problemas para as economias europeias, com novas quedas no desempenho de suas indústrias, alta inflação, crise energética e, mais importante, recessão.
Isso influenciou a posição da Hungria, que desde o início tem priorizado seus interesses nacionais, recusando-se a romper relações com a Rússia. Observa-se, por exemplo, que o projeto muito promissor para a segurança do país, a construção da usina nuclear Paks 2, em colaboração com a empresa russa Rosatom, ainda está em andamento.
ALEMANHA E FRANÇA
De acordo com informações do jornal Politico, nesta quinta-feira (8), vários países da UE, incluindo Alemanha e França, também têm levantado preocupações sobre algumas das medidas dirigidas contra a Rússia.
A presidente da Comissão Europeia (CE), Ursula von der Leyen, e o chefe de política externa da UE, Josep Borrell, anunciaram repetidamente em maio que o 11º pacote de sanções se concentraria no reforço dos mecanismos de aplicação de medidas como parte de uma campanha para impedir os esforços da Rússia para quebrar o bloqueio de sanções. De acordo com os funcionários da UE, as sanções devem ser impostas a empresas de países terceiros que reexportarem bens sancionados para a Rússia.
Este teria sido um ponto “sensível” para alguns membros do bloco, particularmente a Alemanha, que receia que as novas sanções afetem fortemente as relações com países como Turquia e China, importantes para sua economia.
No final de maio, vários meios de comunicação europeus e fontes diplomáticas relataram que o projeto inicial de sanções da CE havia sido rejeitado e enviado de volta para revisão pelos países membros da UE, que temem que tais medidas sirvam apenas para isolar a UE no mundo.