Juros elevados e piora das condições de crédito agravam crise nas empresas
Nos quatro primeiros meses deste ano, 382 empresas entraram com pedidos de recuperação judicial, o maior número em cinco anos, segundo dados da Serasa Experian. De janeiro a abril, o número de pedidos de falência também disparou: foram 346 pedidos de decretação de falência, sendo 222 aceitos.
Entre os principais motivos para o aumento de pedidos de recuperação e de falência está a taxa de juros, a Selic a 13,75% ao ano, estabelecida pelo Banco Central, que além de encarecer o valor das dívidas das empresas, está fechando as portas do crédito e enfraquecendo a demanda por bens e consumo no país.
Ou seja, impondo restrições à atividade econômica do país, após o choque da pandemia de Covid-19, em que a grande maioria das empresas tiveram que recorrer a empréstimos, com seus altos juros, para não quebrar.
Entre os grandes setores da economia, os serviços é o que mais entrou com pedidos de recuperação judicial: foram 164 ao todo no período. Em seguida, vem o comércio com 99, indústria com 82, e o setor primário, com 37.
Do lado dos pedidos de falência, os números são estes: serviços são 133 pedidos, com 119 decretadas; comércio são 85 pedidos, com 58 decretadas; indústria são 125 pedidos, com 43 decretadas; e o setor primário 3 pedidos, com 2 decretadas.
Outra pesquisa da Serasa Experian, aponta que inadimplência das empresas bateu recorde em abril deste ano, ao atingir 6,5 milhões de empreendimentos negativados.
Mediante o cenário trágico, os bancos – que não deixaram de cobrar seus juros escorchantes em nenhum momento das crises econômicas que o país viveu nas últimas décadas – passaram a restringir ainda mais o crédito.