Os servidores da área da segurança pública de Minas Gerais protestaram, na segunda-feira (5), contra a falta de planejamento do Governo de Romeu Zema para conceder a recomposição de perdas inflacionárias nos vencimentos da categoria.
Os trabalhadores lotaram o auditório José Alencar da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para participar de uma audiência realizada pela Comissão de Segurança Pública. Os servidores da área demandam uma reposição de 35,44% relativos à defasagem salarial no período entre 2015 e 2022.
O presidente do Sindicato dos Policiais Penais do Estado das Minas Gerais, Jean Carlos Otoni Rocha, questionou o motivo do governo ainda não ter garantido a recomposição para a categoria que se dedica a garantir a segurança no Estado a despeito de todas as más condições de trabalho. “É um absurdo o governo chegar aqui sem nenhum planejamento para nos conceder a recomposição”, disse Jean Carlos Otoni.
Presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Sistema Socioeducativo do Estado de Minas Gerais, Luzana de Assis Moreira também se disse estarrecida com a falta de proposta por parte do governo. O presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, Ailton Cirilo da Silva, cobrou do governo a criação de uma comissão permanente de negociação para que se evite o desgaste em torno da recomposição para a categoria que ocorre todos os anos.
Os servidores também denunciaram as disparidades salariais entre os diferentes setores da segurança pública, afirmando que as negociações não avançam desde o ano passado sob o pretexto de que o governo quer garantir isonomia entre as carreiras. “Foi respondido que, pelo princípio da isonomia, não seria possível. Agora pergunto: podemos receber os quase 300% que foi concedido ao governador e ao 1º escalão?”, questionou Heder Martins, presidente da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais.
De maneira contundente, a presidente da Associação dos Escrivães da Polícia Civil do Estado De Minas Gerais, Aline Risi dos Santos, questionou o fato de o governo afirmar que não tem condições de garantir a recomposição e, ainda assim, abrir mão de receitas concedendo cerca de R$ 1 bilhão para privilegiar locadoras de veículos.
O deputado Sargento Rodrigues (PL), presidente da comissão, enfatizou que os servidores da área querem reconhecimento pelo trabalho realizado e que já foram feitas três reuniões com o governo neste ano, a primeira delas no início de março.
Rodrigues lembrou que em 2019 o governo Zema fez um acordo com a categoria para que houvesse recomposição escalonada de 13%, 12% e 12% para a categoria, mas que o governo deu um calote nos servidores pagando apenas a primeira parcela. E também falou da medida que beneficiou o próprio governador, vice e secretários de Estado, com um reajuste de 298%. “Nesse caso, a Lei de Responsabilidade Fiscal permitiu?”, questionou o parlamentar.