Dois homens que foram presos na manhã desta terça-feira (24) por envolvimento em dois assassinatos na Baixada Fluminense também são investigados pelos assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes, no dia 14 de março deste ano.
O ex-PM Alan Nogueira e o ex-bombeiro Luís Cláudio Ferreira Barbosa foram presos por participar dos homicídios de um PM e um ex-PM na Baixada Fluminense, em fevereiro de 2017, supostamente a mando de Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando da Curicica, chefe de uma quadrilha de milicianos. Os três foram indiciados por duplo homicídio neste caso.
Segundo o delegado, uma testemunha-chave do caso delatou o envolvimento dos três nos homicídios da Baixada Fluminense, e também apontou que eles foram os responsáveis diretos pela morte de Marielle.
“O teor dessa participação, de que forma eles teriam agido no caso Marielle, ainda está sob investigação”, disse Batista, que confirmou que Nogueira e Barbosa são considerados suspeitos de envolvimento nas mortes da vereadora e de seu motorista.
De acordo com o jornal “O Globo” desta terça-feira (24), o ex-PM Nogueira seria um dos ocupantes do veículo em que estavam os assassinos. Segundo a notícia, a informação partiu do homem considerado testemunha-chave no caso.
O PM reformado Alan Nogueira, conhecido como Cachorro Louco, foi detido em sua casa na Zona Norte do Rio, onde a polícia aprendeu um Honda Civic branco. Ele é suspeito de integrar o bando de Araújo, que foi transferido em junho para a penitenciária federal de Mossoró (RN). Investigadores dizem que o Honda Civic apreendido teria sido usado para desovar os corpos dos mortos na Baixada Fluminense.
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou nesta quarta-feira (25) em São Paulo que a “cadeia que envolve os mandantes” do assassinato de Marielle é “ampla e complexa”.
“Eu diria que a investigação é complexa, que tem executores que fizeram aquela tragédia que foi feita, mas que também tem evidentemente mandantes. E é preciso que eles, evidentemente, sejam também responsabilizados e presos e paguem por este crime abominável”, defendeu o ministro ao participar de um debate sobre segurança pública no Brasil, realizado em São Paulo. Segundo ele, “há indícios fortes de participação de milícias” no crime.