A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará os atos golpistas contra a democracia, especialmente no dia 8 de janeiro, começa seus trabalhos nesta terça-feira (20) a série de oitivas, com o depoimento do ex-diretor-geral da PRF (Polícia Rodoviária Federal), Silvinei Vasques.
Ele será inquirido como testemunha, a partir de requerimento apresentado pela relatora do colegiado, senadora Eliziane Gama (PSD-MA). A reunião é realizada no plenário 2 da Ala Nilo Coelho, no Senado.
A CPMI quer ouvir do ex-diretor explicações sobre as blitzes ilegais ocorridas em rodovias federais em 30 de outubro de 2022 — segundo turno das eleições majoritárias — principalmente na Região Nordeste, que concentra a maior parte dos eleitores de Lula, então candidato presidencial.
À época, foi noticiado que a PRF fez diversas barreiras para dificultar a locomoção desses eleitores. Ainda no dia 30 de outubro, Vasques foi intimado pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes, a interromper “imediatamente” as operações da corporação relacionadas ao transporte público.
Além disso, a comissão mista também quer informações sobre atos ocorridos em dezembro de 2022. Investigado por improbidade administrativa em razão da denúncia de pedir votos por meio de rede social para o então presidente Jair Bolsonaro (PL), Vasques se aposentou no final do ano passado. Ele estava à frente da PRF desde abril de 2021.
“Tal como proposto no plano de trabalho apresentado a esta comissão, pretende-se que as nossas atividades se iniciem com a dissecação dos fatos que norteiam importantes datas, consubstanciadas em oitivas e requerimentos de informações, a partir das quais se espera, como natural desdobramento, a investigação dos demais fatos elencados no requerimento que embasou a instauração desta CPMI”, afirmou a relatora em justificativa.
Ainda nesta terça-feira, a CPMI deve analisar 21 requerimentos.