Milhares de professores, estudantes e sindicalistas realizaram nesta quarta-feira (22) uma greve de 24 horas que incluiu uma manifestação na principal avenida de Montevidéu contra a política educacional do governo.
As atividades integram a luta que os sindicatos mantêm contra medidas do presidente uruguaio Luis Lacalle Pou, que incluem um corte no orçamento público voltado para a educação.
Com a paralisação convocada pela Coordenadoria dos Sindicatos da Educação do Uruguai (CSEU) com o apoio do movimento estudantil, os professores exigem que, na proposta de Orçamento do Estado deste ano, se destine 6% do PIB para a Administração Nacional de Educação Pública (ANEP) e para a Universidade da República (UdelaR), bem como 1% do PIB para pesquisa e investigação, informa no seu portal a central PIT-CNT (Plenário Intersindical dos Trabalhadores – Convenção Nacional dos Trabalhadores).
Sergio Sommarenga, dirigente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Ensino Privado (Sintep), afirmou que no país «há uma crise de desigualdade e de direito», destacou a grande adesão à greve dos docentes de todos os níveis de ensino e criticou as políticas governamentais que visam cortar na despesa pública.
“O governo vangloria-se de reduzir o déficit fiscal, mas o déficit mais importante a solucionar é o da pobreza infantil e o direito de todos à educação nas melhores condições», frisou.
CONTRA A PRIVATIZAÇÃO DO ENSINO PÚBLICO
A CSEU manifestou-se ainda contra a privatização e a mercantilização da Educação pública, por melhores salários, em defesa de vagas suficientes para cada instituição e de verbas para a manutenção das infra-estruturas educativas.
Emiliano Mandacen, secretário-geral da Federação Nacional dos Professores do Ensino Secundário (Fenapes), em coletiva de imprensa no início da mobilização, afirmou que existe «pouca seriedade, falta de perspectiva e análise no governo» de Lacalle Pou.