“Por mais uma reunião, a sétima seguida, a taxa de juros foi mantida em um patamar elevado sem qualquer sinalização da autoridade monetária quanto a uma redução a frente”, destaca a entidade ao divulgar a pesquisa sobre atividade do setor, quando, mais uma vez, condenou o Banco Central por não reduzir a taxa Selic
O fraco desempenho da atividade industrial do início de 2023 é refletido nos resultados do Sensor de junho, aponta a Federação das Indústria do Estado de São Paulo, nesta segunda-feira (26). A pesquisa registrou queda para 48,1 pontos em junho em comparação com maio (50,0 pontos). Resultados abaixo da linha dos 50 pontos indicam diminuição da atividade.
A Fiesp destaca que nas últimas quatro pesquisas, o mês de março registrou aumento (50,3), maio ficou estagnada em (50,0), e nos meses de abril e junho foram registradas quedas (42,8 e 48,1 pontos respectivamente.
“Estes resultados corroboram com a perspectiva da Fiesp e do Ciesp de um ano desafiador para a indústria da transformação, sendo a projeção da Fiesp para a produção industrial em 2023 mantida em queda de 0,5%”, segundo nota da entidade.
A Fiesp defendeu a importância da redução da Selic e afirmou que “por mais uma reunião, a sétima seguida, a taxa de juros foi mantida em um patamar elevado sem qualquer sinalização da autoridade monetária quanto a uma redução a frente”.
Em nota, divulgada no dia da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central que manteve a Selic em 13,75% ao ano, a Fiesp alertou; “O remédio amargo, adotado em condições excepcionais para conter um movimento altista de preços, é um veneno para a atual realidade econômica de descompressão inflacionária, com demanda fraca, câmbio em queda e a expectativa de contas públicas controladas, graças, inclusive, ao novo regime fiscal em fase final de tramitação no Congresso”.
“A realidade está exposta pelos próprios índices de preços IPCA e IGP-M: eles indicam uma economia em franco processo de desaquecimento e mesmo deflação. Juros altos despropositados empobrecem o país. Famílias e empresas estão endividadas e o crédito está caro e escasso. Esse ambiente hostil compromete o futuro do Brasil”, ressaltou o presidente Josué Gomes na nota da entidade.
No mês de junho, a pesquisa aponta que ficaram abaixo de 50 pontos os indicadores de estoques, empregos e investimentos. As vendas ficaram acima dos 50 pontos indicando crescimento. Todos na comparação com o mês de maio.
Além dos juros, a Fiesp citou também a aprovação da reforma tributária, a ampliação dos canais de concessão de crédito, a adoção de políticas que favoreçam a diminuição dos custos de produção e a redução do endividamento das empresas ainda no ano de 2023 como ações importantes para o setor.