“O país segue enfrentando muitos desafios econômicos com uma taxa de juros tão elevada”, alertou o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Júnior, responsável pela pesquisa em parceria com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojista
O número de pessoas com contas em atraso no país atingiu 67,30 milhões no mês de maio. Trata-se do terceiro recorde seguido na série histórica da pesquisa feita pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), em parceria com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). De acordo com a sondagem, divulgada na segunda-feira (26), na passagem de abril de 2023 para maio de 2023, o número de devedores inadimplentes cresceu 2,05%.
“O país segue enfrentando muitos desafios econômicos com uma taxa de juros tão elevada”, alertou o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Júnior.
Em maio deste ano, quatro em cada dez brasileiros adultos (41,31%) estavam negativados, quando o volume de consumidores com contas atrasadas cresceu 9,42% em relação ao mesmo período de 2022. Segundo o levantamento, cada inadimplente deve, em média, R$ 4.028,36, e a maior parte das dívidas são com bancos, com 64,72% do total. A seguir vem o comércio (11,28%), o setor de água e luz (10,79%) e Comunicação (6,63%).
A CNDL destacou que no mês de maio houve uma evolução das dívidas com o setor de bancos, que registrou crescimento de 33,76%, seguido de Água e Luz (17,25%). Por outro lado, as dívidas com o setor de Comunicação (‐14,47%) e Comércio (‐0,40%) apresentaram queda no total de dívidas em atraso.
Para a entidade, o Comércio e Serviços são os setores mais impactados negativamente pela alta inadimplência, uma vez que o consumidor deixa de movimentar o mercado quando perde o crédito.
“O desemprego em patamar elevado, a inflação que corroeu o poder de compra, especialmente das famílias de renda mais baixa, a taxa de juros elevadas e a dificuldade de acesso ao crédito ou mesmo concessões de crédito inadequadas, levaram muitos brasileiros ao endividamento excessivo e consequentemente à inadimplência”, disse a especialista em finanças da CNDL, Merula Borges.