A economia continua no fundo do poço, mas as transferências de recursos públicos para o setor rentista (bancos, fundos e demais parasitas), via gasto com juros, continuam de vento em popa. No primeiro semestre, foram gastos com juros R$ 202,976 bilhões, equivalente a 6,06% do Produto Interno Bruto (PIB). No acumulado de 12 meses terminados em junho, R$ 397,217 bilhões (5,94% do PIB) foram para o ralo dos juros, segundo o relatório de estatísticas fiscais divulgado na quarta-feira (30/07) pelo Banco Central.
Eis aqui o verdadeiro motivo do “desajuste fiscal”. Enquanto o governo projeta um déficit primário (não financeiro) de R$ 159 bilhões para este ano para o governo central (governo federal, INSS e BC), gasta mais que o dobro para encher ainda mais os cofres dos bancos, sem gerar um emprego sequer, com o desemprego já pela hora da morte. Para o conjunto do setor público (governos central, regionais e municipais e empresas estatais, exceto dos grupos Petrobrás e Eletrobrás), o déficit definido na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para este ano é de R$ 161,3 bilhões.
Mesmo com toda essa dinheirama direcionada para os juros, a dívida líquida do setor público não para de crescer. Em junho, atingiu R$ 3,440 trilhões (51,4% do PIB). Já a dívida bruta alcançou R$ 5,165 trilhões ou 77,2% do PIB. E o céu é o limite.
DESEMPREGO
Enquanto o setor financeiro enche os bolsos, a expectativa de emprego, ao contrário do que o governo tenta propagar, só diminui. Segundo a própria CNI (Confederação Nacional da Indústria), a projeção para a taxa de desemprego passou de 11,8% projetados em abril para 12,4%. “A frustração com a retomada do crescimento econômico tem sido a principal razão para a recuperação abaixo do esperado do mercado de trabalho”, comentou a Confederação.