Os bancos aumentam as taxas dos cartões de crédito para usuários que entram no rotativo, ou seja aqueles que não conseguem pagar o valor total da fatura.
O Santander, o maior banco estrangeiro em operação no Brasil, deu salto de 50% pontos percentuais, elevando suas taxas de 204% para 254%, ou um reajuste de 25%. A Caixa Econômica e o Banco do Brasil, por desvio de função, administrados pela política do governo como se bancos privados fossem, registraram aumentos de 16 e 11 pontos percentuais respectivamente.
O Bradesco diminuiu essa taxa, mas mantendo-a como a mais alta do mercado ou 266%. O Itaú manteve as suas taxas nos “módicos” 218% ao ano. Esses cinco maiores bancos respondem por 70% ou mais do crédito geral no país.
Todo esse movimento ocorreu porque o Banco Central proibiu os bancos de cobrarem juros diferentes para quem paga o mínimo da fatura do cartão de crédito e que fica inadimplente. A norma teria sido criada, no final de abril, com a finalidade de diminuir o custo dos empréstimos para quem entra no rotativo, mas são adimplentes.
A ortodoxia do BC contra o tabelamento de preços é, de fato, um engodo. Quando esse tabelamento eleva a remuneração dos bancos, tudo bem! E os adimplentes passam a pagar pela mesma taxa dos que estão em atraso. E, claro, ambos espoliados por taxas de juros alucinadas.
“Estamos tratando aqui do mercado de crédito de taxas livres. É um mercado competitivo em que as taxas são fixadas pelas próprias instituições.”
Foi assim que o diretor do Banco Central, Fernando Rocha, se pronunciou quando questionado se havia motivos econômicos para o aumento dos juros dos cartões de crédito, mesmo num cenário de queda da taxa Selic e da inadimplência.
Possivelmente, nem ele mesmo acredita nesse tal “mercado competitivo”, pois é notório a monopolização dos bancos, como inclusive informamos os números acima, nesse caso seria mesmo empulhação.