Enquanto a recessão econômica atinge em cheio o setor produtivo e o emprego, os bancos continuam aumentando seus lucros.
É o caso do Bradesco que, no 2º trimestre deste ano, registrou um lucro líquido – depois de descontadas todas as despesas – 15,77% a mais do que o mesmo período do ano passado. O valor chegou a R$ 4,528 milhões.
Trata-se do resultado nominal mais importante da história do banco – ou seja, o melhor segundo trimestre já registrado. Mas, enquanto as instituições bancárias lucram como nunca, indústrias fecham as portas, a produção industrial opera 15% abaixo do seu pico histórico, o varejo recua, e o desemprego e subemprego já atingem 27,2 milhões de pessoas.
Um dos segredos para aumentar seus ganhos em plena recessão está na prática das mais obscenas taxas de juros do mundo. Apoiado na Selic (taxa básica de juros) estipulada pelo Banco Central (BC), os juros de operação de crédito são uma verdadeira agiotagem. Com a população cada vez mais endividada, a taxa média para o cheque especial em junho, por exemplo, foi de 304,9% ao ano. O rotativo do cartão de crédito, de 261% ao ano.
Na semana passada, o banco espanhol Santander já havia divulgado seus resultados no Brasil, com um lucro que cresceu no segundo trimestre 29,6% – para R$ 2,87 bilhões.