O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação anunciou, na segunda-feira (10), o aporte de R$ 58 milhões para projetos de inovação em centros de pesquisa em Pernambuco. O anúncio foi feito pela ministra Luciana Santos e pelo presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), Chico Saboya, em ato no Recife.
A Embrapii atua em cooperação com instituições de pesquisa, públicas ou privadas, no fomento de inovação na indústria para atender o setor empresarial. “O Brasil possui uma base de produção de conhecimento muito rica. Mas esse conhecimento está concentrado nas instituições públicas. Queremos conectar a produção do conhecimento científico com as demandas da sociedade. Vamos acelerar a transferência de tecnologia para as empresas e ampliar a nossa capacidade de inovar, de criar produtos e serviços e apresentar soluções para os desafios do país”, afirmou a ministra Luciana Santos.
Durante o evento, também foram assinados termos de cooperação que autorizam o funcionamento de duas novas Unidades Embrapii na cidade: a Unidade Embrapii BioCetene (Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste) e a Unidade Embrapii Instituto Senai de Inovação para Tecnologias da Informação e Comunicação (ISI-TICs), além de assinatura de termo aditivo para ampliar os recursos da Unidade Embrapii Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (Cesar). No total, os aportes às três unidades vão alavancar R$ 134 milhões em investimentos no setor industrial, incluindo os recursos que deverão ser aportados por empresas participantes nos projetos que serão firmados futuramente.
“O Brasil vive um processo precoce de desindustrialização. Daqueles 35% em que já fomos em 1985, auge da participação da indústria no PIB, temos hoje, a depender das estatísticas, algo que vai de 11% a 18%. Esse é o desafio que a Embrapii compra, de enfrentar um dos problemas mais graves do país, que é a perda da competitividade da indústria nas últimas décadas”, disse o presidente da Embrapii, Chico Saboya.
Segundo Saboya, as duas novas unidades “vão ajudar o Brasil a dar o salto que precisa para elevar seus padrões de competitividade, cujo tecido produtivo nacional poderá se beneficiar da capacidade tecnológica que aqui está”, destacou.
Entre os projetos já desenvolvidos na Unidade Cesar está o “Salvus”, que monitora o nível de oxigênio de cilindros. Segundo os pesquisadores, esse sistema oferece maior precisão da posologia médica e menor desperdício, além de um controle mais preciso na gestão de estoque de oxigênio pelas clínicas.
Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe) e do Conselho Regional do SENAI/PE, Ricardo Essinger, “hoje, boa parte dos produtos industriais são importados e precisamos superar a desindustrialização e voltar a produzir no Brasil”. “Sem dúvida, esse credenciamento é um passo muito importante para o Nordeste. Agradeço a todos a confiança e, em breve, voltaremos a ter uma indústria pujante na região”, frisou.