Estatal suspendeu contrato após a empresa Forbes & Manhattan não pagar R$ 140 milhões. Para a FUP, é mais um motivo para reverter a privatização
A Petrobrás interrompeu as atividades previstas no contrato com a empresa canadense Forbes Resources Brazil Holding S.A (Forbes & Manhattan Resources), na Paraná Xisto S.A., Unidade de Industrialização do Xisto, localizada no Paraná, que foi privatizada por Bolsonaro no ano passado. A decisão foi tomada após a empresa canadense dar um calote na estatal de R$ 140 milhões.
Pelo contrato, além do governo anterior entregar a refinaria na bacia das almas e permitir o acesso a tecnologia desenvolvida pela Petrobrás, a Petrosix, única no mundo para a obtenção de óleo do xisto betuminoso, mais eficiente e ecológica, a estatal seguiria administrando a unidade privada até que a nova empresa constituída (Paraná Xisto) pudesse operar sozinha. Os funcionários da empresa continuam com seus contratos de trabalho com a Petrobrás.
De acordo com a Federação Única dos Trabalhadores (FUP), a suspensão do contrato por falta de pagamento e descumprimento de regras foi comunicada pela Petrobrás por meio de nota aos petroleiros no dia 10 de julho.
A Six fez parte do projeto de desmonte encabeçado por Bolsonaro com a privatização de 8 refinarias da Petrobrás, a metade do parque de refino da Petrobrás.
Foi a terceira das 4 refinarias privatizadas. Além da Six, foram vendidas a Refinaria Landulpho Alves (Rlam) na Bahia, a Isaac Sabbá (Reman) no Amazonas e a Refinaria de Lubnor no Ceará.
A FUP, a Anapetro, a associação que representa os petroleiros acionistas minoritários da Petrobras e o Sindipetro do Paraná, representados pelo escritório Garcez Advogados, encaminharam requerimento de informações à Petrobras sobre as cláusulas do contrato entre as partes.
“Esse cenário de quebra de contrato do grupo canadense é mais uma base para agir juridicamente e reverter essa privatização”, afirma o advogado Angelo Remédio, do Garcez Advogados.