“Espero que definitivamente essa taxa de juros caia e caia rapidamente, porque todo cenário macroeconômico aponta nessa direção”, afirmou o presidente do BNDES
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) teve desembolsos no primeiro semestre deste ano 21% maiores que o 1º semestre de 2022, antecipou Aloysio Mercadante, na terça-feira (11), durante a “Conferência Ambição Brasileira: Infraestrutura e Transição Climática”.
Participaram dos debates empresários, representantes da indústria e dos setores financeiro, de energia e de infraestrutura, além de pesquisadores.
Mercadante afirmou ainda, que “O BNDES tem uma expectativa muito promissora para o 2º semestre”. A carteira de projetos registrou uma alta de 209% no semestre. Isso pode se transformar em crescimento dos financiamentos (desembolsos) no segundo semestre.
Ele reforçou o compromisso de investir em projetos que modernizem o setor produtivo brasileiro e disse que o aumento no número de desembolsos e financiamentos em 2023 indica isso.
“Vamos superar no mês que vem todo o investimento em infraestrutura feito no ano passado. O Brasil não tem mais tempo a perder para se reindustrializar e para modernizar sua estrutura produtiva para avançarmos em infraestrutura”, afirmou Mercadante.
Reforçou, ainda, que o financiamento de exportações até agora já ultrapassou a do último ano. “A mesma coisa vai acontecer com infraestrutura. Já no mês que vem, estamos superando todo o financiamento de infraestrutura”.
O presidente do BNDES não esconde que as boas perspectivas que ele prevê estão em grande medida na dependência da redução da taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) a partir da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) em agosto.
Na reunião deste mês de julho, o comitê manteve a Selic em 13,75% ao ano pela 7ª vez seguida. “Espero que definitivamente essa taxa de juros caia e caia rapidamente, porque todo cenário macroeconômico aponta nessa direção”.
Mercadante enfatizou que vê com muito otimismo esse 2º semestre. “Acho que o Brasil virou a página. O negacionismo, aquela radicalidade, aquela agressão institucional já foi devidamente afastada do cenário político. O cenário macroeconômico é extremamente favorável. Tudo caminha para uma queda, que precisa ser acelerada, da taxa de juros”, ressaltou.
Mercadante vem se posicionando firmemente pela redução da Selic. Em recente evento, durante a primeira reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), demonstrou que o aumento da dívida pública está ocorrendo principalmente pelos condenáveis juros mantidos por Campos Neto à frente do COPOM e do BC.
São R$ 110 bilhões a mais de custo fiscal, apenas na comparação entre janeiro a maio deste com ao ano passado. “Além de inibir o investimento, estamos aumentando a dívida pública”. Milhões de brasileiros conhecem esse mecanismo os juros são tão altos que paga-se e paga-se os encargos da dívida e ao invés dela reduzir, aumenta!
Deixou claro que a redução gota a gota que o mercado financeiro está querendo e que o BC sinaliza no mesmo sentido, está na contramão da retomada do crescimento da economia, questionando se o BC pretende reduzir os juros em doses homeopáticas, quando finalmente decidir pela queda da taxa Selic.
“Nós precisamos reduzir os juros. O Senado precisa fazer esse debate com transparência. Esse país precisa crescer, tem tudo para crescer”.