A ex-senadora Marina Silva, pré-candidata da Rede à presidência da República, voltou a defender a manutenção da prisão após condenação em segunda instância e o fim do foro privilegiado.
“A prisão em segunda instância deve ser mantida porque é algo bom para o Brasil acabar com a impunidade. Mas tem que ser a [condenação em] primeira e em segunda instância com o fim do foro porque, senão, a gente cria dois pesos e duas medidas”, disse.
Marina participou, na terça-feira (31), do programa “Central das Eleições”, da GloboNews. Indagada sobre a inelegibilidade do ex-presidente Lula nas eleições deste ano, foi categórica: “Não se pode ter um país aonde as instituições atuam de acordo com a conveniência de quem tem popularidade ou poder econômico. A lei deve ser para todos”.
A candidata falou ainda sobre sustentabilidade, economia, reformas trabalhista e da Previdência, entre outros temas. Ela disse ser favorável à redução de ministérios e à privatização de algumas empresas estatais. Declarou também que a Previdência “precisa” de “reforma”.
Sobre a lei trabalhista aprovada pelo governo de Michel Temer, considerou que a reforma teve uma votação “atabalhoada”, sem ouvir críticas. Por isso, Marina Silva afirmou que, se for eleita, ouvirá representantes dos empresários e dos trabalhadores.
A ex-senadora afirmou que não vai revogar a reforma, mas vai corrigir “pontos draconianos” da legislação. “Revogar, não”, disse. Entre os pontos que considera draconianos, ela citou a exposição de grávidas e lactantes a ambientes insalubres em caso de ausência de laudo médico.
Questionada se votaria contra ou a favor do reajuste do funcionalismo público, evitou expor sua opinião. Porém, ante a insistência dos jornalistas, afirmou: “Olhando para todos, os servidores públicos devem também fazer o seu sacrifício. Agora, isoladamente, fica injusto, ficam dois pesos e duas medidas. […] O funcionalismo público deve dar a sua cota de contribuição para o momento difícil do país. Agora, não dá para pegar sempre o funcionário público como se fosse o bode expiatório e fazer vista grossa para um conjunto de todos os privilégios que estão aí”.