“O Brasil votou pela democracia. O clima de ódio e desrespeito provocados por alguns não pode continuar”, acrescentou o presidente da República em exercício
O presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, condenou a agressão sofrida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, no aeroporto de Roma, na sexta-feira (14).
Nas redes sociais, Alckmin repudiou os ataques praticados por um grupo de três brasileiros e rechaçou a “força desrespeitosa e agressiva dos atos”, afirmando que o “Brasil votou pela democracia” em outubro de 2022.
“Inadmissíveis as agressões ocorridas contra o ministro Alexandre de Moraes. Manifesto toda minha solidariedade ao ministro e a sua família, e repudio a forma desrespeitosa e agressiva dos atos perpetrados. O Brasil votou pela democracia. O clima de ódio e desrespeito provocados por alguns não pode continuar”, escreveu.
Além de vice-presidente, Alckmin é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Moraes foi hostilizado e seu filho agredido fisicamente por Roberto Mantovani Filho, ex-candidato a prefeito de Santa Bárbara D’Oeste (SP) pelo PL, por sua mulher Andréa Munarão e seu genro Alex Zanatta. Ao ser agredido por Roberto Mantovani, o filho de Moraes teve seus óculos jogados ao chão por um tapa do político do PL.
Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), estava em Roma para dar uma palestra na Universidade de Siena. Ele chegou a ser chamado de “bandido, comunista e comprado” por Andréa.
O presidente do TSE relatou a agressão ao seu filho por Roberto Mantovani: “Chegando perto do meu filho, Alexandre Barci de Moraes, o empurrou e deu um tapa em seus óculos. As pessoas presentes intervieram e a confusão foi cessada”.
“A esposa Andréia [Manotovani] e Alex Zanatta, genro do casal, retornaram à entrada da sala VIP onde eu e minha família estávamos e, novamente, começaram a proferir ofensas. (…) Alertei que seriam fotografados para identificação posterior, tendo como resposta uma sucessão de palavras de baixo calão”, narrou o ministro do STF e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em nota, Roberto Mantovani não teve a coragem de assumir o ato e, cinicamente, disse que tudo não passou de “equívoco interpretativo em torno dos fatos”. Por fim, se “desculpam pelo mal entendido havido”.
Neste domingo (16), o empresário Roberto Mantovani Filho prestou depoimento na sede da PF, em Piracicaba (SP).
Nesta terça-feira (18), a PF vai ouvir os outros dois agressores: Andréa Munarão e Alex Zanatta, respectivamente, mulher e genro do empresário.
A Polícia Federal solicitou na tarde desta segunda-feira (17) acesso às imagens das agressões sofridas pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, no aeroporto de Roma, na Itália. O pedido foi feito por meio da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal).