Nos meses de maio e junho, quatro casos de suicídio de estudantes da Universidade de São Paulo (USP) foram registrados. Desde o início do ano, apesar de não haver uma confirmação oficial, foram sete casos, segundo relataram alunos de diferentes unidades. O alto índice de mortes fez com que a reitoria, após mobilizações de alunos e da comunidade, anunciasse a criação de um escritório geral de saúde mental para a universidade.
O objetivo é que todos os alunos da instituição tenham acesso ao escritório mediante a utilização de uma plataforma, onde os primeiros contatos serão feitos, e também por meio de reuniões presenciais.
Esta é a primeira vez que USP implementa uma ferramenta unificada de assistência psicológica na universidade. Antes, apenas a Faculdade de Medicina, de Odontologia e o Instituto de Ciências Matemáticas e Computação se organizavam com seus respectivos escritórios de saúde mental.
Segundo estudo do Centro de Valorização da Vida (CVV) – associação civil que presta serviço voluntário e apoio emocional e prevenção do suicídio, esta é a segunda principal causa de morte entre jovens e universitários, ficando atrás apenas de acidentes de trânsito.
Entre tentativas e atos consumados, os jovens relatam que devido à carga horária, a pressão por notas e cobranças, relação com colegas e professores entre outros motivos psicológicos, fazem com que eles possam chegar ao tal ponto de tirar a própria vida.
Este não é o caso apenas da USP.
Neste ano, já foram registrados casos de suicídios nas universidades federais de Minas (UFMG), Brasília (UnB) e na de Santa Catarina (UFSC).
Nas federais paulistas (UNIFESP, UFABC e UFSCar) já foram registrados ao menos 27 tentativas de suicídio desde 2014.