IPCA-15 tem deflação de -0,07% em julho. Em junho, IPCA registrou deflação de -0,08%
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) marcou deflação em julho, ao registrar resultado negativo no mês de -0,07%. Em junho, a inflação oficial caiu 0,08%, aumentando a pressão pela derrubada dos juros impostos pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que há quase um ano mantém a taxa básica de juros da economia – Selic – em 13,75%,
Com os resultados, a inflação acumula alta de 3,19% no intervalo de 12 meses, o que põe mais pressão pela redução dos “juros escandalosos”, como disse o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária nos próximos dias 1 e 2 de agosto, quando o BC rediscute a taxa de juros.
Com a desaceleração da inflação no período e a Selic na Lua, os juros reais dispararam, mantendo o Brasil campeão mundial de juros reais, inibindo os investimentos, o acesso ao crédito, a geração de empregos e elevando a inadimplência das empresas e das famílias.
Em junho, quatro dos nove grupos pesquisados pelo Instituto apresentaram queda no período, sendo Habitação (-0,94%) o grupo com a maior variação de queda. Veja a variação mensal do IPC-15 por grupo:
· Alimentação e bebidas: -0,40%
· Habitação: -0,94%
· Artigos de residência: -0,40%
· Vestuário: 0,04%
· Transportes: 0,63%
· Saúde e cuidados pessoais: 0,07%
· Despesas pessoais: 0,38%
· Educação: 0,11%
·Comunicação: -0,17%
No grupo Habitação (-0,94%), os principais fatores para a queda vieram da energia elétrica residencial (-3,45%) por conta da incorporação do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas emitidas no mês de julho, além da a queda nos preços do botijão de gás (-2,10%), um reflexo dos cortes no preço do gás de cozinha, o GLP, da Petrobrás às distribuidoras.
Já para a Alimentação (0,40%) a influência para o resultado foi relacionada à deflação de alimentação no domicílio (-0,72%). Entre os alimentos com preços em queda em julho, destacam-se o feijão-carioca (-10,20%), o óleo de soja (-6,14%), o leite longa vida (-2,50%) e as carnes (-2,42%). Por outro lado, a batata-inglesa (10,25%) e o alho (3,74%) ficaram mais caros neste mês.
Como disse o presidente Lula e os mais diversos setores da economia, ninguém aguenta mais esses juros. Os recentes dados da atividade econômica atestam os efeitos dos juros elevados que resultaram em queda nas previsões para o Produto Interno Bruto em maio. “A pretendida desaceleração da economia pelo Banco Central chegou forte”, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao destacar o patamar de juro real acima de 10%, ao comentar os resultados da prévia do PIB do BC (IBC-Br) com queda de 2% em maio. Já o Monitor do PIB da FGV apontou queda de 3% no mesmo mês.
De acordo com o IBGE, as vendas do comércio varejista caíram 1,0% em maio, a produção industrial patinou em torno de zero (0,3%), após cair 0,6% em abril, assim como o setor de serviços que variou apenas 0,9% em maio, depois de cair 1,5% no mês anterior.