País encerra junho com 8 milhões de desempregados
O desemprego no Brasil caiu ao menor nível dos últimos nove anos no trimestre encerrado em junho, mas a informalidade, o emprego sem carteira assinada, segue em alta. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad-Contínua) divulgada nesta sexta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação do período foi de 8% – apresentando uma redução de 0,8% sobre o trimestre anterior e de 1,3% frente ao mesmo período do ano passado.
O número total de desocupados no País caiu 14,2% sobre o ano passado, o que significa que 1,4 milhão encontraram trabalho. No entanto, ainda atinge 8,6 milhão de pessoas. O número total de pessoas ocupadas cresceu 1,1% e 0,7% nas comparações semestrais e anuais, respectivamente, com um total de 98,9 milhões de brasileiros, aponta a pesquisa.
“O tipo de vínculo que se destaca como responsável pelo crescimento da ocupação vem de um dos segmentos da informalidade, que é o emprego sem carteira assinada”, afirma Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE.
A taxa de informalidade para o trimestre móvel encerrado em junho de 2023 foi de 39,2%, ante uma taxa de 39,0% no trimestre encerrado em março de 2023.
De acordo com PNAD, o contingente de empregados no setor privado sem carteira assinada subiu 2,4% ante a pesquisa anterior, atingindo 13,1 milhões de pessoas. O número foi estável sobre o ano passado.
Já o grupo de trabalhadores com carteira assinada no setor privado ficou estável no trimestre. São 36,8 milhões de pessoas, com aumento de 2,8% em relação ao mesmo trimestre do ano passado.
Um dado favorável desta edição da Pnad foi a queda do número de trabalhadores desalentados, aqueles que desistiram de procurar emprego. Segundo os dados, os números do trimestre de junho de foram os menores desde 2016: hoje são 3,7 milhões de pessoas nessa situação, contra um pico de 5,6 milhões no terceiro trimestre de 2020.
A taxa de subutilização, que soma desocupados e os que poderiam trabalhar, mas estão fora da força de trabalho, também recuou. São 20,4 milhões de pessoas subutilizadas no país, uma taxa de 17,8% sobre o todo que caiu 1% no trimestre e 3,4% no ano.
O número de trabalhadores por conta própria (25,2 milhões) ficou estável na comparação com o trimestre anterior e teve redução de 491 mil pessoas no ano. O número de trabalhadores domésticos (5,8 milhões) aumentou 2,6% na comparação com o trimestre anterior e ficou estável em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.
Por último, a Pnad apresenta os dados de rendimento dos trabalhadores, cuja média foi de R$ 2.921 no período. No ano, o crescimento foi de 6,2%.
Já a massa de rendimento real habitual foi estimada em R$ 284,1 bilhões. O resultado também ficou estável frente ao trimestre anterior, mas cresceu 7,2% na comparação anual.
“Na comparação trimestral, o crescimento da população ocupada não foi suficiente para, diante da estabilidade do rendimento, provocar aumento da massa. Já no ano temos um panorama em que tanto a população ocupada como o rendimento sobem, ou seja, mais pessoas trabalhando e com maiores remunerações”, diz Adriana Beringuy, do IBGE.