Publicamos, a seguir, artigo de Moacyr Auersvald, presidente da Nova Central e vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade (Contratuh):
Negociação só no coletivo e com o sindicato
Ao longo de nossa experiência no convívio sindical, passando por cargos, liderando companheiros, mergulhando na realidade profissional, concluímos que não há melhor maneira de negociação entre patrões e empregados do que um bom acerto firmado na consulta coletiva.
Está mais do que provado que o trabalhador que ousar tratar diretamente com o empregador sairá perdendo sempre. A velha máxima de que “uma andorinha só não faz, todos verão” é sábia e se adapta totalmente a causa sindicalista.
A tríade trabalhador, empresário e sindicato é soberana em qualquer entendimento. A necessidade plural das categorias é o exemplo claro de que o tratamento precisa ser amplificado, ouvindo-se, de forma democrática, onde aperta o calo de cada um.
Não foi à toa que reverenciamos sempre a máxima “juntos somos fortes”. E todos só serão contemplados quando a negociação coletiva for exercida com responsabilidade e boa vontade de todas as partes e com assistência sindical.
Um bom acordo é melhor do que qualquer demanda. Isso a vida nos ensina e nas negociações jamais pode ser diferente. Por mais que haja a maior boa vontade de qualquer das partes, se todas não depuserem suas ideias e necessidades, não haverá justiça.
A história nos ensina. O exemplo mais evidente e recente está na malfadada Reforma Trabalhista, exercida de cima para baixo, deixando de lado a voz do trabalhador para que o governo interesseiro desse a sua sentença. Estamos há quase uma década sofrendo com as consequências de atos impensados.
Os sindicatos foram vilipendiados em sua subsistência e o sistema sindical só não entrou num caos extremo porque ainda temos lideranças muito bem postadas e dispostas e sustentar o movimento forte e soberano.
Hoje ainda temos a conspiração de alguns setores da nossa própria classe impondo ideias sem consultar nossas bases. Esse poderá ser o caos definitivo de nossas representações.
E contra esta mal elaborada proposta, temos desdobrado todos os nossos esforços para chegar de um a um aos trabalhadores brasileiros e expor aquilo que vislumbramos. É a proposta plural, raiz, vinda do mais humilde dos labores que interessa. É ela que não discrimina. É ela que fortalece a classe. É ela que nos faz unidos contra os interesses hostis da ganância discricionária, que só nos deve mais ainda. Mãos dadas, braço forte, pensamento coletivo, soluções plurais, justiça na mesa de negociações e nada mais. Juntos somos muito mais fortes!