Deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) defende convocação e quebra do sigilo de Jair e da ex-primeira-dama
Um grupo de sete parlamentares federais protocolou nesta quinta-feira (3) uma representação junto à Procuradoria-Geral da República (PGR) em razão de fortes indícios de prática de ilícitos, que podem configurar improbidade administrativa, bem como crimes contra a Administração Pública, por parte da ajudência-de-ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, no que se refere às pedras preciosas recebidas pelo ex-mandatário e a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro, no dia 26 de outubro de 2022, no município de Teófilo Otoni (MG).
O documento é assinado pelos seguintes deputados federais: Jandira Feghali (líder do PCdoB na Câmara), Rogério Correa (PT-MG), Henrique Vieira (PSOL-RJ), Duarte Jr. (PSB-MA) e Rubens Pereira Junior (PT/MA), e também pelos senadores Randolfe Rodrigues (AP), Fabiano Contarato (PT-ES) e Jorge Kajuru (PSB-GO).
As mesmas representações serão encaminhadas ao Supremo Tribunal Federal, Tribunal de Contas da União e Polícia Federal.
A deputada federal Jandira Feghali revelou, na última terça-feira (1º), na sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérita dos Atos Golpistas, um fato muito grave: segundo dados da ABIN, naquela data (26 de outubro de 2022), Bolsonaro e Michelle receberam, respectivamente, um envelope e uma caixa contendo pedras preciosas.
No entanto, os referidos presentes não constam na lista de 46 páginas e 1.055 itens recebidos durante o mandato de Bolsonaro. A razão: em troca de e-mails analisados pela CPMI, auxiliares do ex-presidente dizem que as pedras não deveriam ser cadastradas, e sim entregues em mãos ao tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens e braço direito de Bolsonaro, hoje investigado por outras irregularidades praticadas durante a gestão bolsonarista, especialmente no que diz respeito à prática de Caixa 2 no Palácio do Planalto.
Segundo Jandira, o fato por si só enseja a convocação e a quebra de sigilo bancário de Jair e Michelle, além de outros auxiliares do ex-presidente. A parlamentar sustenta, ainda, nova oitiva de Mauro Cid, cujas movimentações milionárias em suas contas bancárias não condizem com o salário que recebia. J
A líder do PCdoB lembra que o objetivo da Comissão é chegar aos mandantes e financiadores do processo golpista que resultou no fatídico 8 de janeiro e que teve, de acordo com relatório da Abin, dirigentes das principais associações de garimpo como financiadores das manifestações golpistas de apoio a Bolsonaro em novembro e dezembro de 2022, bem como na manifestação que depredou as sedes dos 3 poderes da República.