Terça-feira (8), a comissão colhe o depoimento do ex-secretário de Segurança Pública do DF e ex-ministro de Bolsonaro, Anderson Torres, e, na quinta (10), vai ser a vez de ouvir o hacker Walter Delgatti Neto, contratado pela bolsonarista Carla Zambelli para fraudar sistemas da Justiça
A CPI do Golpe no Congresso vai ter semana agitada. Na próxima terça-feira (8), o colegiado se agendou para ouvir o depoimento do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A reunião terá início às 9h.
Além de detalhes sobre o período que esteve à frente da Secretaria de Segurança Pública no início de janeiro, a relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA) considera importante colher detalhes sobre as operações de segurança na véspera do segundo turno das eleições presidenciais.
Ela quer saber ainda sobre os ataques à sede da PF (Polícia Federal), em Brasília, dia 12 de dezembro, quando bolsonaristas tocaram o terror no centro da capital federal, e a tentativa de explosão de bomba em caminhão-tanque nas imediações do aeroporto de Brasília.
“Pensa-se que o senhor Anderson, por óbvio, trará informações de enorme valia para a condução dos nossos futuros trabalhos na presente Comissão”, justificou a senadora na convocação do ex-secretário.
A comissão também aprovou a quebra de sigilo telefônico de Torres. Entre outros dados, os parlamentares requerem informações sobre minuta de decreto golpista encontrada pela PF na casa do ex-ministro de Bolsonaro após operação de busca e apreensão.
O ex-ministro cumpre prisão domiciliar desde o dia 11 de maio. Torres ficou preso preventivamente por 4 meses, por omissão nos atos golpistas de 8 de janeiro.
HACKER CONTRATADO POR ZAMBELLI
O hacker Walter Delgatti, que foi contratado pela deputada bolsonarista Carla Zambelli (PL) para prestar serviços escusos, também vai depor na CPI. Ele foi preso na última quarta-feira (2) pela PF por causa da invasão no sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
Em depoimento à PF, ele contou que foi levado pela deputada para reunião com Bolsonaro, no Palácio da Alvorada, quando foi questionado pelo ex-presidente se poderia invadir as urnas eletrônicas do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
A convocação de Delgatti foi feita após a aprovação do requerimento, de autoria dos deputados Rogério Correia (PT-MG) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ), na reunião da comissão desta quinta-feira (3).