Os trabalhadores da Eletronuclear vão paralisar as atividades por 48 horas a partir do próximo dia 9. A decisão foi deliberada pela por unanimidade em assembleia e, de acordo com a Federação Nacional dos Urbanitários, “essa foi a resposta dada pela categoria ao descaso da direção da empresa, que desde abril empurra com a barriga a negociação do ACT [Acordo Coletivo de Trabalho]”. De acordo com a entidade, já foram realizadas sete reuniões e nada foi decidido.
“É inacreditável em um cenário onde o DIEESE aponta que em mais de 85,9% das negociações houve ganho real nos salários, a direção da Eletronuclear ofereça apenas 80% do INPC ao reajuste salarial”, diz a federação.
Conforme a federação, “essa postura em nada condiz com o novo momento do país”. Os sindicatos vêm negociando há meses e não percebem a vontade política da direção da empresa para contemplar os trabalhadores no que diz respeito às suas reivindicações”.
A federação relata ainda que os trabalhadores da Usina de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, já estão em greve. A reivindicação no caso específico da base do Rio é ajustar os salários dos empregados, em caráter imediato, em 6,7%% sobre os salários de 30 de abril de 2021, tendo como referência o dia 1 de maio de 2021, incidindo o passivo gerado desde então e respectivos reflexos até a data de concordância e aplicação deste acordo que agora está sendo proposto.
“Essa situação complexa obrigou a Eletronuclear a convocar uma reunião de emergência com os sindicatos. Na oportunidade foi entregue ao diretor de administração uma proposta dos trabalhadores para que a parada não fosse prejudicada. Até agora não houve resposta”.
“Lembramos que, os índices aplicados refletem o índice de inflação gerado no período em questão”, diz a federação. Os sindicatos que compõem a entidade apontam que, independente da negociação específica de Angra, “é preciso haver o bom senso, e que aconteça o desfecho do acordo coletivo de toda categoria”.