E-mails foram enviados de 6 a 13 de março deste ano. Cid recebeu os detalhes de segurança dos seguintes eventos oficiais de Lula: Pequim e Xangai, na China; Brasília; Foz do Iguaçu (PR); e Boa Vista (RR)
Integrantes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), órgão responsável pela segurança do Presidente da República, enviaram detalhes da segurança do presidente Lula para o ex-ajudante de ordem de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, um dos investigados por participar das tramoias criminosas de seu chefe e na tentativa de golpe de Estado durante as eleições presidenciais de 2022.
O “faz-tudo” de Bolsonaro responde a diversos inquéritos e está preso. Ele foi preso no dia 3 de maio, acusado de fraudar cartões de vacinação. Cid é investigado também sobre a tentativa da venda de Rolex cravejado de diamantes dado pelos árabes a Bolsonaro. Em viagem oficial à Arábia Saudita em maio de 2019, Bolsonaro ganhou um relógio no valor de US$ 60 mil (R$ 293 mil). Através de troca de e-mails com uma pessoa interessada, Mauro Cid se tornou suspeito de tentar vender o Rolex por quase R$ 300 mil.
A reportagem sobre o envio dos detalhes foi do portal Metrópoles. As mensagens do GSI foram mandadas de 6 a 13 de março deste ano. Cid recebeu os detalhes de segurança dos seguintes eventos oficiais de Lula: Pequim e Xangai, na China; Brasília; Foz do Iguaçu (PR); e Boa Vista (RR). A revelação é grave pois tem ocorrido com frequência ameaças de grupos fascistas contra autoridades da República.
Os informantes sobre a movimentação do presidente Lula usaram e-mails para comunicar Mauro Cid. Os e-mails partiram de três militares do GSI: Márcio Alex da Silva, do Exército; Dione Jefferson Freire, da Marinha; e Rogério Dias Souza, da Marinha. Os três trabalharam no Gabinete de Segurança Institucional durante o governo Bolsonaro, que estava sob a responsabilidade do general Augusto Heleno.
A atual direção do GSI afirmou que as responsabilidades serão investigadas. “Vamos abrir uma sindicância, afastar das funções as pessoas citadas e desligar da Presidência. Vamos continuar apurando, sendo feita a sindicância para apurar as responsabilidades”, disse o general Marcos Antônio Amaro dos Santos, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).