O ex-diretor da PRF, Silvinei Vasques, atuou em conluio com o ministro da Justiça, Anderson Torres, e com o próprio Jair Bolsonaro para barrar eleitores no Nordeste
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (10/8) que “tentaram corromper a Polícia Rodoviária Federal para não deixar pobre votar”. A declaração ocorreu durante cerimônia de início das obras do anel viário de Campo Grande e anúncio de investimentos em mobilidade urbana no Rio de Janeiro.
A fala do presidente é uma referência à prisão do ex-diretor-geral da PRF Silvinei Vasques, deflagrada ontem pela Polícia Federal (PF). Vasques foi alvo da Operação Constituição Cidadã, que investiga a interferência da PRF nas eleições de 2022. A ação foi ordenada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O ex-diretor da PRF buscou alterar o resultado do pleito ao tentar impedir, por meio de blitze em estradas do Nordeste, que eleitores do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva chegassem aos locais de votação. Ele atuou em conluio com o ministro da Justiça, Anderson Torres e com o próprio Jair Bolsonaro. Nesta quinta-feira, Silvinei deve ser levado para o Complexo Penitenciário da Papuda.
A ação prisão foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Enquanto corria o segundo turno das eleições, agentes da Polícia Rodoviária realizavam barreiras nas estradas. Ao fazer as intervenções, Silvinei Vasques descumpriu uma ordem de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
No dia em que a PRF desrespeitou a decisão do magistrado, a corporação havia feito 514 intervenções de fiscalização contra ônibus até as 12h35. Esse número significou 70% a mais do que no primeiro turno. A operação só foi abortada porque o ministro Alexandre de Moraes ameaçou prender o diretor da PRF se as barreiras não fossem interrompidas imediatamente.