Esta aberração criminosa de cobrança de ‘juros sobre juros’ no cartão rotativo, que esfola a população brasileira, só existe no Brasil. BC poderia tabelar, mas ele escolheu punir as famílias endividadas, obrigando-as a pagar e ficar sem crédito
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, falou no Senado nesta quinta-feira (10) sobre o crédito rotativo dos cartões de crédito, que tem uma taxa de juros pornográfica de 440% ao ano. Ao invés de explicar por que o BC permite essas taxas tão abusivas – uma aberração contra o povo que só existe no Brasil – e apontar como reduzi-las, ele simplesmente defendeu acabar com o crédito.
Com essa proposta, o reizinho do BC propõe simplesmente restringir ainda mais o crédito no país. Suas duas propostas são criminosas. A primeira é obrigar a população que se endividou, e está sendo esfolada com a cobrança de juros sobre juros, a pagar a dívida e perder o crédito. Será obrigado a pagar em prazo definido pelo banco e em seguida terá encerrado o seu cartão, ou seja, a proposta pune a vítima pelo roubo praticado pelo banco.
A segunda é tão criminosa quanto a primeira. Além de cortar o rotativo, Campos Neto estuda acabar com o financiamento parcelado no cartão sem cobrança de juros. Sua intenção é acabar de vez com o consumo os pobres. A proposta é tão absurda que o setor de comércio deu um esculacho no serviçal e bajulador dos bancos.
Nesta sexta-feira (11), ele admitiu ter tomado um “puxão de orelha” por ter aberto todo o seu jogo. “A gente não tem os detalhes ainda, eu tomei um puxão de orelha depois que eu falei, mas a gente deve, nos próximos dias, ter um formato”, afirmou Campos Neto em evento promovido pela Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap).
“Estima-se hoje que o parcelamento sem juros represente cerca de 51% das vendas no comércio. Limitar o cartão parcelado vai retrair o consumo dos mais pobres”, disse o presidente do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), Jorge Gonçalves Filho, em crítica a proposta de limitar as compras parceladas no cartão de crédito que foi apresentada por representantes do setor financeiro ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em julho.
Em audiência no Senado Federal, Campos Neto disse que o BC estuda uma proposta de criar uma tarifa para limitar o parcelamento de longo prazo sem juros, com a cínica alegação de que visaria reduzir a inadimplência e os juros bancários no Brasil.
O que fica claro é que Campos Neto tem uma ideia fixa de criar a recessão no país. Foi isso, aliás, o que ele disse explicitamente na última ata do Copom. Justificou a redução de apenas 0.5 ponto percentual nos juros da Selic para “manter a política monetária contracionista”.
O que empurrou dezenas de milhões de brasileiros, e ainda continua empurrando, para a inadimplência não é que o brasileiro é um mau pagador, como insinua o porta-voz dos banqueiros e agiotas. São exatamente esses juros absurdos e inaceitáveis que estão transformando o Brasil no paraíso da agiotagem.
Com os juros básicos de 13,25% nominais – o que leva os juros reais do país a serem os mais altos do mundo – e as taxas de 440% – que só existem no Brasil – cobradas do consumidor no cartão rotativo, os bancos estão tendo lucros bilionários no Brasil. Só para se ter uma ideia, o lucro dos cinco maiores bancos, em 2022, foi de R$ 106,7 bilhões.
É esta política monetária contracionista do Banco Central que está matando a economia, impedindo a geração de empregos, os investimentos públicos e privados e provocando a estagnação da economia e q quebradeira das empresas. Ele manteve os juros básicos na estratosfera por quase um ano a fim de abastecer os bolsos dos banqueiros, rentistas e outros especuladores da dívida pública.
Sob o “manto sagrado do ajuste fiscal” cortaram-se direitos previdenciários, pensões de viúvas, direitos trabalhistas, reajustes salariais, entre outras medidas de arrocho, para garantir a transferência de renda de toda sociedade – via juros da dívida pública – para os mais abastados deste país. Acabou que a renda do povo encolheu e o cartão de crédito, comum para o consumo de bens e serviços, passou a ser uma válvula de escape para as compras do dia a dia e até para abater outras contas, já que os salários e aposentadorias não conseguem mais cobrir essas despesas.
Com a Selic caindo em doses homeopáticas, mantendo os juros reais nas alturas, a medida proposta de acabar com o parcelamento sem juros para o consumidor seria a “pá de cal” na recuperação econômica. Com essa proposta, Campos Neto na verdade quer tirar os pobres do consumo, destruindo ainda mais o varejo, serviços e a indústria.
Rubio,
Estou pensando como vc.o BCentral do Campos Neto escolheu o lado do sistema financeiro, o mais protegido nas economias .
Campos Neto não pode durar , mas seu mandato tem prazo certo . Ele despreza o papel de intermediação da moeda nas transações, a custos compatíveis com os agentes : empresários e sociedade . E liberal financista .