Após ter sido confirmada como candidata da Rede Sustentabilidade à presidência da República, a ex-senadora Marina Silva afirmou que tem muita articulação para inviabilizar a Operação Lava Jato. “Tem muita articulação política, inclusive nesse momento no campo do centrão, para inviabilizar a Lava Jato”, disse.
O partido aprovou a candidatura no sábado (4), por aclamação. A Rede também confirmou Eduardo Jorge (PV) como candidato a vice na chapa. Em entrevista publicada domingo (5) no jornal “O Globo”, Marina denunciou que algumas legendas que terá como adversárias querem acabar com a Lava Jato. “Todos eles têm um pacto, combater a Lava Jato”, afirmou.
Ela também afastou a ideia de que a investigação seja conduzida com pirotecnia. “O Moro é um estudioso da Operação Mãos Limpas, e o bom dos seres humanos inteligentes e competentes é que eles são capazes de aprender com as experiências pretéritas”, destacou.
A ex-senadora sustentou que nunca houve desvios em suas campanhas, que depois das apurações da Polícia Federal e do Ministério Público “não teria votado” no senador Aécio Neves (PSDB), que, na última eleição presidencial, disputou o segundo turno com Dilma Rousseff (PT), além de reafirmar que a ex-presidente cometeu crime de responsabilidade e, por isso, apoiou o impeachment.
“Eu sempre disse: o impeachment tem legalidade mas não alcançará a finalidade. A Dilma e o Temer são faces da mesma moeda. Todos eles têm um pacto: combater a Lava Jato. Não por acaso, quando o Aécio ia ser afastado, foi o PT que fez um documento pelo não afastamento [do Senado]”, ressaltou.
Indagada sobre quais pontos da reforma trabalhista precisariam ser revistos, ela respondeu que alguns deles “saltam aos olhos”. “Uma mulher grávida trabalhando em situação insalubre precisa ser revisto.
Existem, sim, situações draconianas. O trabalho intermitente tem um problema, assim como a questão do horário do almoço”, apontou.
Marina Silva buscou justificar as alianças regionais acertadas pela Rede, muitas delas com partidos que tem criticado, e disse que a política deve parar de “desconstruir biografias”. “A gente está buscando um realinhamento político para esse país. Estou dizendo que pessoas boas existem em todos os partidos e que vou governar com elas. A política tem que acabar com essa história de desconstruir biografias”, pontuou.
Um texto muito bom sobre Marina Silva é o do saudoso Adriano Benayon: Brasil – Como sobreviver?