IBC-Br registrou alta de 0,43% no segundo trimestre deste ano. No primeiro trimestre o indicador foi de 2,21%
Com os juros altos pesando sobre o setor produtivo, a atividade econômica do Brasil desacelerou no segundo semestre de 2023, ao registrar alta de 0,43% no período frente ao trimestre anterior, segundo dados do Índice IBC-Br do Banco Central (BC), divulgados nesta segunda-feira (14).
No primeiro trimestre de 2023, o indicador havia apontado expansão de 2,21%, sendo o pior resultado de crescimento registrado pelo IBC-Br desde o quarto trimestre de 2022, quando houve uma retração de 1,49%. O IBC-Br é considerado uma “prévia” do resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, divulgado oficialmente pelo IBGE.
De acordo com os números divulgados pelo BC, ainda, em junho deste ano, o IBC-Br registrou um crescimento de 0,63% frente ao mês anterior, quando o indicador tombou em -2,05%.
Diante da política contracionista monetária do Banco Central, que estabeleceu uma Selic a 13,75% ao ano, de agosto de 2022 até agosto de 2023, pressionando para o alto todas as taxas de juros para empréstimos e financiamentos às famílias e às empresas, travando investimentos e o consumo, a indústria, o comércio e serviços praticamente encerraram o segundo semestre estagnadas.
Na passagem de maio para junho, a produção industrial do país variou +0,1%, as vendas do comércio varejista registraram 0,0% de crescimento e o setor de serviços avançou apenas +0,2%, segundo dados do IBGE.
O IBC-Br figura no polo positivo no semestre, ao variar em alta de 3,42% contra os seis primeiros meses de 2022. Em doze meses até junho, a expansão foi de 3,35%. Nesses casos, não computa as variações típicas para os determinados períodos do ano (ajuste sazonal).
As taxas de juros seguem em níveis escorchantes no Brasil, após a decisão recente do BC de cortar a Selic em apenas 0,5 ponto percentual, a taxa passou de 13,75% para 13,25%, – o que é um grão de areia frente ao deserto – já que o país continua sendo o campeão mundial de juros reais (descontada a inflação).