“É crucial reduzir os juros, especialmente em modalidades preocupantes como o crédito rotativo”, cobra a entidade
Ivo Dall’Acqua Jr., vice-presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), afirmou em coluna da Folha de São Paulo deste sábado (19) que extinguir ou restringir o acesso ao parcelamento sem juros não resolve o problema dos juros rotativo do cartão de crédito e “seria significativamente prejudicial à economia do país”.
À frente da entidade que representa o varejo paulista, Dall’Acqua opina que além de impulsionar o consumo, a ferramenta, atualmente em debate, é uma importante ferramenta dos lojistas.
“A alegação de alguns bancos de que o parcelamento sem juros impulsiona as elevadas taxas do crédito rotativo também não corresponde à realidade: hoje, ele é uma operação restrita à relação entre lojistas e consumidores suportada por um acordo entre os estabelecimentos e os agentes de crédito(…) Isto é, não há impacto sobre as cobranças do rotativo”, diz.
Segundo os bancos, eliminar o parcelamento sem juros reduziria os níveis de endividamento e inadimplência que permitiria o corte nas taxas de juros do rotativo do cartão de crédito (quando o consumidor não paga o valor total da fatura), atualmente girando em torno dos 437% ao ano.
Para o vice-presidente da Fecomercio, limitar ou eliminar a modalidade, ao contrário, levaria inevitavelmente ao aumento da inadimplência – assim como o direcionamento forçado para que os bancos ofertem linhas de crédito mais custosas.
“Tão grave quanto, é notar que o debate em torno do assunto confunde conceitos, misturando o que é crédito rotativo e o que é parcelamento sem juros”, prossegue. “Se a raiz do problema está nas altas taxas do rotativo, que aumentam o risco de inadimplência sistêmica pela própria característica, a solução não deveria ser acabar com o parcelamento sem juros, que, ao contrário, impulsiona o consumo e o torna mais acessível às populações vulneráveis, além de promover a inclusão financeira de milhões de brasileiros”.
Segundo ele, a solução está em “racionalizar” os juros do rotativo – definindo um teto para a taxa, por exemplo.
“Tudo isso tem como base o fomento ao desenvolvimento econômico. É crucial reduzir os juros, especialmente em modalidades preocupantes como o crédito rotativo”.