O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que a investigação contra Jair Bolsonaro sobre as joias roubadas e vendidas nos Estados Unidos é “séria, isenta e está sendo bem conduzida”, sem perseguições ou proteções.
A PF já conseguiu provar a existência de um esquema de desvio de joias, que foram dadas de “presente” por países estrangeiros, que favorecia o ex-presidente Bolsonaro.
Em evento em Minas Gerais, Flávio Dino foi questionado sobre a investigação e afirmou que “a investigação é técnica, séria, isenta e está sendo bem conduzida. Bem conduzida no sentido de não haver interferência externa, nem no sentido de perseguições, nem no sentido de haver proteções”.
Diversas provas foram obtidas através do celular do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid. Ele articulou o esquema de venda das joias em lojas especializadas nos Estados Unidos.
Segundo a Polícia Federal, os relógios, colares e outros objetos de luxo foram levados para o exterior no avião presidencial, com o próprio presidente a bordo.
Flávio Dino foi perguntado sobre a possibilidade de prisão de Jair Bolsonaro por conta destes crimes e dos atos contra a democracia.
“Nós temos investigações em andamento, múltiplas, em que ele [Jair Bolsonaro] é citado. Claro que a PF até esse momento não fez esse pedido [de prisão], porque as apurações estão em andamento. Não cabe a mim antecipar o que vai acontecer até o fim de uma investigação”, respondeu.
Dino lembrou que Jair Bolsonaro é investigado pelo desvio de joias, pela tentativa de golpe do dia 8 de janeiro e pelo esquema de fraude em cartões de vacinação.
“Em relação às medidas cautelares, nesse momento, como a apreensão de passaporte, que é uma possibilidade prevista no Código de Processo Penal, no artigo 319, nós podemos de fato em algum momento haver esse pedido, mas agora não há”, explicou.
“Não antecipo investigação, não presido investigação. O que posso falar é que legalmente é possível. Nesse momento ainda não houve esse pedido”, continuou.
Na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Golpe, que investiga os atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro, os aliados de Jair Bolsonaro têm tentado construir uma narrativa que culpabiliza o atual governo, mas tira qualquer responsabilidade dos vândalos e daqueles que durante anos instigaram uma ruptura institucional.
Flávio Dino afirmou que o País está “diante de uma situação em que terroristas, agressores, criminosos tentam desviar a atenção”.
Os bolsonaristas dizem, por exemplo, que Dino não queria entregar as gravações das câmeras de segurança do Ministério da Justiça feitas no dia 8 de janeiro porque elas seriam comprometedoras para ele.
O ministro falou que isso é “uma das invenções” dos parlamentares bolsonaristas, pois todas as gravações já estão em posse da Polícia Federal.
“Se houver outras imagens, serão entregues do mesmo jeito. Nós não temos problemas de transparência. Fomos vítimas de uma tentativa vil de golpe de Estado e não há nada que consiga alterar essa realidade”, apontou.
“O que aconteceu no dia 8 de janeiro? Está nos autos, nas investigações. Um conjunto de pessoas extremistas, violentas, criminosas, foram estimuladas a quebrar tudo. Desde o dia 9 de janeiro, falam em infiltrados. Nunca apareceu um infiltrado. Desde o dia 9 de janeiro, falam em omissões. Nunca apareceu essa omissão”, completou.