Ele disse que foi a reunião mais importante que participou. O BRICS recebeu a adesão da Argentina, da Arábia Saudita, do Egito, dos Emirados Árabes, da Etiópia e do Irã
Em entrevista coletiva ao final da Cúpula do BRICS nesta quinta-feira (24), o presidente Lula (PT) comemorou o crescimento dos BRICS. “A vinda da Argentina, da Arábia Saudita, do Egito, dos Emirados Árabes, da Etiópia e do Irã é muito importante, porque eu não sei se vocês se lembram, nós éramos chamados de terceiro mundo. Depois começaram a chamar a gente de países em vias de desenvolvimento. E agora nós somos o Sul Global”, disse Lula.
Veja a mudança de nome, pomposo que é. O que é importante é que o mundo está mudando. Não é só a xenofobia que está mudando, o extremismo de direita. A economia também começa a mudar, a geopolítica começa a mudar, porque as coisas vão acontecendo e a gente vai ganhando a consciência de que temos que nos organizar”, declarou.
A cúpula dos BRICS (bloco inicialmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) foi encerrada em Joanesburgo, na madrugada desta quinta-feira (24), com a incorporação, a partir de 1º de janeiro de 2024, de seis novos países: Argentina, Irã, Arábia Saudita, Etiópia, Egito e Emirados Árabes Unidos. Ao final da cúpula, na cidade sul-africana, os membros também aprovaram uma resolução para estudar a criação de uma nova moeda de pagamento comum em contraposição à moeda estadunidense.
“Essa é uma das reuniões mais importantes que eu já participei, seja nos dois mandatos anteriores, seja nesse mandato. Uma reunião importante porque quando a gente vê um filho nascer, a gente acompanha o crescimento dele e vê o tamanho que ele fica comparado a outras crianças”, acrescentou o líder brasileiro.
“Quando nós começamos a discutir essa questão de BRICS, a gente percebe que em 1995 os países do G7 detinham 44,9% da paridade de compra. Os países do BRICS só tinham naquele momento 16,9%. Em 2010 o G7 já tinha caído para 34,3% do PIB por paridade de compra, e o BRICS tinha subido para 26,6%. Em 2023 o G7 tem 29,9% e o BRICS 32,1%.
“Para mim não importa quem ganha as eleições em qualquer países do BRICS. O Brasil vai negociar com o novo presidente da Argentina. A responsabilidade que temos hoje é não colocar a questão ideológica acima das relações geopolíticas. É isso que importa para nós. E ninguém pode negar a importância da Argentina para o Brasil”, completou o presidente.