Resultado foi influenciado pela alta na conta de luz
Em agosto, o IPCA-15, indicador considerado uma prévia da inflação, variou em alta de 0,28%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira (25). Com o resultado, o IPCA-15 acumula alta de 3,38% no ano e, em 12 meses, de 4,24%.
Neste mês, a alta do indicador se deu na esteira do aumento dos preços da energia elétrica residencial (4,59%), “influenciada pelo fim da incorporação do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas emitidas no mês anterior”, destaca o IBGE. Além, dos aumentos aplicados, em junho e julho, pelas concessionárias de energia nas contas dos consumidores de Curitiba (9,68%), Porto Alegre (5,44%), e em São Paulo (4,21%).
Por outro lado, a boa notícia para o bolso dos consumidores é que os preços da alimentação continuam a cair. A deflação do grupo alimentos e bebidas (-0,65%) se deve, principalmente, pelas quedas da alimentação no domicílio (-0,99%), “que já havia registrado recuo nos dois últimos meses”, destacou o Instituto. O grupo Vestuário (-0,03%) também registrou deflação no mês.
Na deflação nos preços dos alimentos do dia a dia, destacam-se as quedas nos preços da batata-inglesa (-12,68%), do tomate (-5,60%), do frango em pedaços (-3,66%), do leite longa vida (-2,40%) e das carnes (-1,44%). No lado das altas, as frutas (1,42%) subiram de preço.
Sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em agosto. Alimentação e bebidas: -0,65%; Habitação: 1,08%; Artigos de residência: 0,01%; Vestuário: -0,03%; Transportes: 0,23%; Saúde e cuidados pessoais: 0,81%; Despesas pessoais: 0,60%; Educação: 0,71% e Comunicação: 0,04%.
Apesar da alta em agosto no IPCA-15, a inflação no Brasil segue sob controle, com viés de queda, pressionando ainda mais o Banco Central (BC) pela redução maior da taxa básica de juros da economia (Selic).
O IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, índice oficial da inflação, veio desacelerando desde o início do ano, chegando a registrar deflação de -0,08% em junho. Em julho, voltou a subir para 0,12%, impulsionado pela alta nos combustíveis com a retomada da cobrança do ICMS. Apesar da queda da inflação, e contra o clamor do setor produtivo, da indústria, do comércio, do setor de serviços, dos economistas e sindicalistas, o Banco Central manteve a Selic desde agosto do ano passado em 13,75%, reduzindo apenas meio ponto percentual em agosto deste ano, para 13,25%, travando a economia com o maior juro real do mundo.