O vereador Werner Rempel (PCdoB) realizou um discurso em homenagem ao martírio de Getúlio Vargas na Câmara dos Vereadores de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. O parlamentar lembrou de todas as lutas e conquistas que o presidente Vargas realizou pelo país e que se transformaram na base do desenvolvimento brasileiro.
“Eu me sinto feliz por poder estar aqui, nesta tribuna, hoje, dia 24 de agosto, dia do martírio do presidente Getúlio Vargas, temos aqui um tocaio. Há 69 anos, certa oportunidade também tive a felicidade de poder estar na Câmara Municipal de São Borja, que em todo o dia 24, não importa em que dia seja, tem uma sessão solene em homenagem a Getúlio Vargas, e tive a oportunidade de falar nesta sessão solene sobre o Getúlio”, disse.
Werner destacou as conquistas realizadas ao longo da Era Vargas que foram responsáveis pelo crescimento do país por mais de 50 anos e considerou o ex-presidente “o maior brasileiro de todos os tempos”.
“Eu considero que Getúlio Vargas tenha sido, pelo menos, no meu conceito, o maior brasileiro de todos os tempos. Getúlio Vargas pegou no seu governo, na Revolução de 30, um país agrário exportador e transformou o Brasil num país industrializado. Entre 1930 e 1980, o Brasil foi o país capitalista com o maior crescimento contínuo no mundo. Dos anos 30 a 80 cresceu a altas taxas como em nenhum país no mundo nesse período cresceu tanto quanto o Brasil. Getúlio Vargas, entre outras coisas, criou a Justiça do Trabalho em 1939, e criou, no dia 26 de novembro de 1930, apenas 23 dias transcorridos desde o início de seu governo, o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. São de Getúlio Vargas também a consolidação das Leis do Trabalho, a CLT, que foi fruto de uma discussão à vida no primeiro Congresso Brasileiro de Direito Social. A semana de 48 horas de trabalho, carteira profissional, férias remuneradas, todas essas questões não existiam antes do governo de Getúlio Vargas. Assim como também, em 1932, foi instituída a Carteira de Trabalho e, através do decreto assinado, de um decreto assinado em 1952, regulamentou o trabalho do menor aprendiz”, continuou Werner.
“Foi todo um período de efervescência no Brasil em que o trabalho assumiu uma primazia. Um amigo meu certa vez comentou que, inclusive, os sambas brasileiros, antes de Getúlio Vargas, falavam no malandro. A figura central do samba era o malandro. Mas a partir do Noel Rosa, precisamente no período de Getúlio, o centro do samba era o trabalhador”, disse o vereador.
Werner destacou as criações da Petrobrás, da CSN, da Vale e Eletrobrás realizadas por Vargas, enaltecendo o esforço pela união nacional em prol do desenvolvimento, incentivando peças chave para alavancar o país.
“Houve uma transformação no país naquele período. Nesse período também nós temos o Código Eleitoral de 1933, que estabeleceu o voto secreto e o voto feminino, além da justiça eleitoral no Brasil. Além disso, o Instituto do Álcool do Açúcar, o Código Florestal, o Código de Águas e Energia Elétrica, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a Vale do Rio Doce, a Petrobras, a Eletrobras se instalando. Isso significa o seguinte, naquele período, o governo federal destinou muitos recursos que significava um esforço que é o esforço nacional, que poderia ter destinado para a área social, mas construiu a base do Estado brasileiro, exatamente para que a iniciativa privada nacional, a indústria nacional, pudesse ter produtos a baixo custo, matéria-prima a baixo custo, para poder crescer e lançar o Brasil para o futuro”, enfatizou Werner.
Assista o discurso:
“[…] Eu já disse aqui, eu imagino, não me lembro bem, que o Luiz Vergara, num livro chamado “Fui secretário de Getúlio”, afirmou que, quando assumiram o governo, em 1930, a dívida externa brasileira era aquilo que os bancos ingleses declaravam que era a nossa dívida externa. Não tinha escrita da dívida externa. Isso também foi feito para Getúlio. O Estado Nacional, foi formado a partir de então. Nessa época também, e a partir das iniciativas do Getúlio Vargas, que inclusive antes do Roosevelt, nos Estados Unidos, que teve um papel parecido, e antes que o Keynes formulasse a questão da intervenção do Estado na economia, o Getúlio já fez isso. Ou seja, o Estado é o único que pode intervir em momentos de crise para alçar o desenvolvimento, para fazer a iniciativa privada florescer e produzir para o país”, analisou.
O vereador retomou o discurso lendo a carta de testamento de Getúlio, também falando do papel atual do PCdoB em retomar o desenvolvimento nacional, pela ciência, tecnologia e indústria nacional.
“É exatamente o nacional desenvolvimentismo que é a política que o meu partido, o PCdoB, abraça hoje como a questão mais importante do país e é exatamente isso que a ministra Luciana Santos da Ciência e Tecnologia do governo Lula, que é a presidente nacional do PCdoB, está fazendo lá. A ciência e tecnologia são fundamentais para um país ser independente. País que não tem tecnologia própria está fadado a ser um país escravo da tecnologia dos outros. E nós precisamos fazer isso para o nosso país”, afirmou.
Por fim, Werner terminou seu discurso reafirmando a grandeza de Getúlio, frente ao desenvolvimento do país e da atuação frente à história do país, que até hoje torna-se indispensável para adotar pelo Brasil daqui para frente.
“A carta do Testamento é sempre atual. Infelizmente essa trajetória que ele estabeleceu frente ao país foi interrompida. Hoje, nós precisamos desenvolver o Brasil, ter empregos no país e fazê-lo voltar a crescer. Nós somos a nação do mundo que mais tem recursos naturais, agricultura, a maior diversidade do planeta, nós temos um povo laborioso que só espera uma oportunidade, sempre está esperando uma oportunidade e nós temos tudo para aprender com exemplo desse grande gaúcho, desse grande brasileiro e tomar as rédeas do nosso destino. Muito obrigado”, concluiu o vereador.