A ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, tentou disfarçar o desgaste com o caso das joias, fez piadinha pronta e falou das pessoas que perguntam “cadê as joias ?”.
Sem responder sobre os objetos desviados, disse que “em breve nós teremos lançamento, ‘Mijoias para vocês’”, para delírio da claque no evento. E fora do evento também.
Michelle é investigada e teve seu sigilo bancário quebrado porque desviou, quando Jair Bolsonaro era presidente, joias que foram dadas de presente por outros países, como Arábia Saudita e Bahrein. Joias que seriam do acervo público, segundo a legislação.
Em evento do PL Mulher de Pernambuco, ela disse que “tem um povo tão atrapalhado, (…) um povo tapado, que fica assim: ‘Cadê as joias, você não vai entregar?’”.
“Querido, a joia está na Caixa Econômica Federal. Mas vocês pediram tanto, vocês falaram tanto de joias que em breve nós teremos lançamento ‘Mijoias’ para vocês”, ironizou, visivelmente incomodada com o assunto que ela não conseguiu ignorar diante da repercussão bem negativa.
Somente uma parte das joias que Michelle e seu marido desviaram foi entregue à Caixa Econômica Federal, depois que o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou.
Os assessores de Jair e de Michelle já tinham vendido os objetos nos Estados Unidos, que não eram deles. O casal recebeu os valores em dinheiro vivo.
Para conseguirem entregar os relógios, colares, anéis e abotoaduras de luxo para a União foi organizada uma “operação resgate”, na qual os assessores buscaram “recomprar” o que foi vendido ilegalmente e trazer para o Brasil.
Tudo isso foi feito às escondidas, mas foi revelado pela investigação da Polícia Federal.
Além disso, a PF descobriu que outros objetos, que também foram vendidos nos Estados Unidos, mas cuja existência não tinha sido revelada, continuam desaparecidos.
Em mensagens obtidas pela Polícia Federal, um assessor de Jair relata que um pacote de joias “sumiu” com Michelle.
“O que já foi, já foi. Mas se esse aqui tiver ainda a gente faz certinho pra não dar problema. Porque já sumiu um que foi com a Dona Michelle; então pra não ter problema”, disse Marcelo Câmara, ex-assessor da Presidência.
Além disso, há registros de que um relógio Patek Philippe, marca suíça de luxo, foi dado de presente por Bahrein ao Brasil, em 2021, mas Jair Bolsonaro levou o objeto para os Estados Unidos e o vendeu em uma loja especializada. Até agora não foi reencontrado.
Jair Bolsonaro aproveitou que o TCU não conhecia a existência desse objeto para não entregá-lo quando foi exigido. O relógio sequer foi citado nos documentos do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH), responsável por fazer a triagem entre o que deve ser do acervo público e o que pode ser apropriado pelo presidente.
Bahrein deu o objeto de presente quando Bolsonaro esteve no país, em 2021. Por seu alto valor, o relógio deveria ter sido integrado ao acervo público da Presidência.
O Patek Philippe foi vendido junto com um Rolex de ouro branco à uma loja na Pensilvânia, pelo valor de US$ 68 mil, equivalente a R$ 340 mil.
Michelle Bolsonaro até hoje não explicou sobre os 89.000,00 mil reais depositados em sua conta pelo Queiroz, e agora que as joias sumiram segundo o ex-assessor Marcelo Câmara, como ela vai explicar esse fato, não tem explicação. A verdade acima de tudo e a Constituição acima todos.