A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi intimada pela Polícia Federal a prestar depoimento sobre os crimes contra a democracia revelados pelo hacker Walter Delgatti Neto. O depoimento acontecerá na segunda semana de setembro.
Ela contratou Delgatti para invadir o sistema da Justiça e inserir dados falsos, como um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O hacker, que fez o serviço ilegal, contou à PF e à CPMI do Golpe que recebeu R$ 40 mil de Zambelli. Os valores foram pagos uma parte em dinheiro vivo e outra por transferência bancária.
Pagamentos de R$ 13.500, feitos por dois assessores de Zambelli, estão registrados nas contas de Delgatti.
Zambelli fala que esses valores foram transferidos porque o hacker foi contratado para cuidar de suas redes sociais.
Walter Delgatti disse que o texto inserido no sistema da Justiça foi enviado para ele pela própria deputada bolsonarista.
“A deputada me enviou um texto pronto, eu corrigi alguns erros e contextualizei, e publiquei a decisão. Ela me enviou, quem fez eu não sei”, relatou.
Carla Zambelli já foi alvo de operações de busca e apreensão ligadas à investigação sobre a invasão no sistema da Justiça.
Em depoimento, Walter Delgatti contou que Carla Zambelli também foi responsável por colocá-lo em contato com Jair Bolsonaro. Em conversas por telefone e pessoalmente, o ex-presidente convidou o hacker para assumir a autoria de um grampo contra Moraes e para ser “garoto propaganda” contra as urnas eletrônicas.