Contrariando a propalada “recuperação” econômica de Temer, 44% das empresas paulistas encontram dificuldades de gerar caixa suficiente para pagar parcelas de dívidas de financiamentos junto aos bancos, segundo pesquisa realizada pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de SP) e pelo Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de SP).
O estudo, realizado com cerca de 500 empresas, entre os dias 10 e 20 de julho, também apontou que 12,4% das empresas estão com parcelas atrasadas e 8,2% atingiram um número tão grande de parcelas em aberto que sofrem bloqueio de movimentações bancárias.
Segundo o presidente em exercício da Fiesp e do Ciesp, José Ricardo Roriz, 2018 está sendo pior do que as empresas imaginavam. “Ou se refinanciam agora ou a situação delas vai ficar insustentável, e não vão conseguir pagar despesas financeiras e impostos. Assim, pode até comprometer ainda mais a situação do desemprego no país”, disse Roriz.
Para a Fiesp, os resultados da pesquisa demonstram que a maior parte da indústria paulista utiliza crédito bancários, principalmente capital de giro ou crédito para continuarem realizando suas operações normalmente. “As taxas de juros são maiores que o retorno operacional das empresas, tarifas de serviços elevados. Além das tarifas altas, o banco te obriga a pagar outros produtos”, criticou Roriz.
De acordo com Roriz ainda, a elevação da capacidade ociosa no estado de São Paulo partiu de 10% para mais de 30% nos últimos anos, e isto apertou as margens de lucro das empresas. “Embora os equipamentos estejam parados, eles geram custo fixo por conta da manutenção”.