“Como é que o empresário vai investir? Como que o empresário vai fazer uma fábrica? Como ele vai fazer um investimento qualquer se ele pegar a taxa de juros muito alta?”, indagou o presidente
O presidente Lula (PT) criticou mais uma vez o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, pelos juros altos. “Como é que o empresário vai investir? Como que o empresário vai fazer uma fábrica? Como o empresário vai fazer um investimento qualquer se ele pegar a taxa de juros muito alta? Então vamos continuar brigando”, afirmou o presidente.
A fala de Lula visa manter a pressão por mais cortes da taxa básica de juros, a Selic, que continua sendo o mais alto juro real cobrado no mundo. “Ninguém pode competir com o Brasil. E nós temos que ter dinheiro para investir, e dinheiro para ser investido a juros baratos. Por isso é que o cidadão do Banco Central precisa saber que ele é presidente do Banco Central do Brasil, e não do Banco Central de um país que não seja o Brasil, e que precisa baixar os juros. Não é possível”, apontou.
“É importante vocês saberem: o presidente do Banco Central não foi indicado por nós, ele foi indicado pelo governo anterior. E o Banco Central agora é autônomo, não tem mais interferência da Presidência da República, que podia chamar o presidente do Banco Central e conversar. Esse cidadão, se ele conversa com alguém, não é comigo. Ele deve conversar com quem o indicou. E quem o indicou não fez coisas boas nesse país. A sociedade brasileira vai descobrir com o tempo”.
A cerimônia foi pelos 18 anos do Agroamigo e dos 25 anos do CrediAmigo, em Fortaleza. “O microcrédito é um dos instrumentos mais eficientes para fazer o dinheiro circular e a economia acelerar”, afirmou Lula. “Nosso compromisso com a oferta de crédito para os pequenos e médios empreendedores e agricultores rurais vai reduzir as desigualdades e distribuir riquezas”, acrescentou. Nesta sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o PIB brasileiro cresceu 0,9% no segundo trimestre de 2023.
Ele insistiu no crédito mais barato e defendeu os bancos públicos. “A Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil, o Basa e o BNB e mais o BNDES só têm sentido existir se for para fazer as coisas diferente do que fazem os bancos privados”, argumentou Lula. “Se for para fazer igual não precisa existir”, destacou.
“O BNDES tem que ter muito dinheiro, e nós sabemos que ele ainda não tem a quantidade que precisa, para investir no desenvolvimento industrial, para investir na nossa energia que vai ser produzida nesse país, para investir muito no hidrogênio verde, na energia solar, na energia eólica, na mudança da nossa matriz energética, que é o que o mundo espera”, prosseguiu o presidente.