“Manter a produção elevada é questão de soberania”, afirma o geólogo Guilherme Estrella que iniciou a exploração do pré-sal, ao falar da exploração na “nova fronteira petrolífera”
O geólogo e ex-diretor de Exploração e Produção da Petrobrás Guilherme Estrella, responsável pela exploração do pré-sal, afirmou neste sábado (02), em entrevista ao Estadão, que a estatal petrolífera brasileira tem todas as condições de enfrentar o desafio da Margem Equatorial, como fez no início da década passada no pré-sal.
“A tecnologia da empresa evoluiu” e, segundo ele, “manter a produção elevada é uma questão de soberania nacional”. “Ambientalmente é mais complicada que Campos (bacia) mas a tecnologia avançou muito, a sísmica, a interpretação geológica, tudo evoluiu”, argumentou Estrella, admitindo que a situação é mais complexa.
Ele recomenda a mesma fórmula usada na época da descoberta do pré-sal. “É provavelmente a última fronteira petrolífera, tem que fazer parte do portfólio da Petrobrás”, afirmou o especialista. O geólogo lembrou que esses questionamentos também surgiram na época do pré-sal e disse que “a Petrobrás precisa sentar com o Ibama e mostrar que pode atender todas as exigências do órgão”.
A região, informa o ex-diretor, não é tanta novidade assim para a empresa, que já perfurou poços no local sem nenhum acidente. “Isso faz parte numa exploração como essa, mas não é nada que a Petrobrás não possa resolver”, afirmou. “Produzimos por algumas semanas na costa do Pará na década de 1980, no bloco Palácio Marino 11, mas não era comercial. Mas a simples ocorrência desse poço mostra que a área é prospectável’, prosseguiu.
“Tem que sentar com o Ibama e conversar, é uma questão de Estado, de política pública, de garantir a soberania nacional. A Petrobras tem todas as condições de resolver essa parada”, ressalta Estrella, que vem sendo convidado a falar em universidades do País sobre sua experiência no setor.