“A economia alemã está encolhendo como em nenhum outro país do G20”, afirmou Sahra Wagenknecht. “Supostamente não há dinheiro para gastos sociais ou investimentos significativos – para entregas intermináveis de armas à Ucrânia, existe”, condenou.
A deputada oposicionista alemã Sahra Wagenknecht, do partido A Esquerda, reiterou sua rejeição ao envio de armas ao regime de Kiev e às sanções contra a Rússia, assinalando que “é tudo menos racional esperar que os conflitos e as guerras possam terminar com um fornecimento interminável de armas”. Ela acrescentou que “não é menos estúpido travar uma guerra econômica contra o nosso mais importante fornecedor de matérias-primas, o que causa enormes danos… a nós mesmos!”.
“Os elevados preços da energia são um veneno para a nossa indústria, as empresas estão migrando, a economia está encolhendo como em nenhum outro país do G20”, advertiu a deputada no artigo para o jornal “Junge Welt”.
Nos últimos três trimestres consecutivos, a Alemanha esteve em recessão em dois e em estagnação no terceiro. “Existe uma ameaça de desindustrialização com graves consequências para o emprego, os salários e a coesão social”, sublinhou.
“Supostamente não há dinheiro para assuntos sociais ou investimentos significativos – para entregas intermináveis de armas à Ucrânia, existe”, acrescentou Wagenknecht, repelindo o acirramento da guerra por procuração da Otan contra a Rússia na Ucrânia, cometido pelo atual governo encabeçado por Scholz, inteiramente submisso a Washington.
No artigo ela se refere à constatação, feita pela ministra das Relações Exteriores, a verde Annalena Baerbock, de que as sanções econômicas contra a Rússia “não funcionaram”, o que a belicista verde atribuiu ao fato da Rússia supostamente ser uma “autocracia”, onde não se aplicaria, segundo ela, “a lógica das democracias”.
Wagenknecht reiterou seu questionamento sobre a “ajuda” alemã a Kiev e a escalada de sanções: “o que essa suposta ajuda trouxe, além de uma escalada de violência? O que mais além do aumento da pobreza e da fome, especialmente nos países do Sul?”.
“Em vez de continuar a subsidiar a morte e a destruição, é finalmente necessária pressão política para um cessar-fogo”, afirmou Wagenknecht.
E, referindo-se as pressões para arrastar a Alemanha para a guerra comercial e tecnológica dos EUA contra Pequim, a deputada alertou o governo Sholz que “em vez de deixar os EUA levá-los a conflitos com a China, é melhor defender uma ordem mundial multipolar com comércio e relações financeiras justas ao invés de sanções arbitrárias”.
Em fevereiro, Wagenknecht e a respeitada ativista dos direitos das mulheres Alice Schwarzer encabeçaram a maior manifestação na Alemanha contra o envio de armas ao regime de Kiev e por negociações de paz e um cessar-fogo, a ‘Rebelião pela Paz’, em Berlim, na praça do Portão de Brandemburgo. “Pedimos ao primeiro-ministro Scholz que pare a escalada no fornecimento de armas. Agora! Ele deve liderar uma forte aliança para um cessar-fogo e negociações de paz nos níveis alemão e europeu”, conclamaram Wagenknecht e Schwarzer. No protesto, cartazes e faixas com as inscrições: “Diplomacia, não armas”, “Armas alemãs estão matando russos e ucranianos de novo” e “Tenho vergonha da Alemanha, controlada por lobistas da indústria de armas”.