A empresa pública Correios planeja investir R$ 854 milhões, recursos de seu caixa próprio, para a instalação de novos sistemas de triagem automatizada em dez unidades já existentes e construção de cinco novos centros operacionais.
Os investimentos, que estão dentro do Novo Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal, buscam modernizar e ampliar a capacidade de processamento da estatal, tanto nos ramos de cartas, como em encomendas nacionais e internacionais.
Passado os quatro anos do desastroso governo Bolsonaro, que buscou enfraquecer os Correios para privatizá-lo, a estatal voltou ao seu objetivo de elevar a eficiência dos seus serviços à população, o que só podem ser alcançados por meio de investimentos, não pelo corte de custos e desmonte do patrimônio empresa.
O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, explica que essa é a primeira vez que a estatal é incluída na carteira do PAC.
“Logo quando assumi, eu falei que a gente precisava modernizar os Correios, e isso não é um discurso vazio. A gente só consegue elevar a eficiência modernizando, trazendo novos equipamentos, melhorando nossos centros de distribuição”, disse Silva dos Santos ao jornal Valor Econômico.
Ao destacar que “na área privada, de entrega de encomendas, a empresa estatal é altamente competitiva, e somos o maior ‘player’ do mercado”, Fabiano explicou que a estatal tem condições de competir com este modelo até certo ponto, já que parte da “eficiência” do setor privado é provinda de cortes de custos, que se dão pela precarização do trabalho de entregadores. Um fenômeno da “uberização” trazida pelas plataformas digitais. “Esse é um limite que os Correios não querem passar”, declarou Santos.
Os Correios planejam construir cinco novos centros operacionais, ao custo de R$ 380 milhões, em Brasília (DF), Fortaleza (CE), São Luís (MA), Belo Horizonte (MG) e Londrina (PR). Essas regiões receberão estruturas capazes de elevar a capacidade de processamento de produtos em até 160%.
O critério para escolha destas localidades foi o atendimento das regiões do entorno. Por exemplo, o centro de Londrina dará vazão às cartas e encomendas do Norte do Paraná e do Noroeste do Estado de São Paulo. Já Brasília buscará todo o entorno do Centro-Oeste.
Por outro lado, está também previsto no projeto a instalação de novos sistemas de triagem automatizada em dez unidades já existentes, o que modernizará o Parque Logístico Nacional dos Correios. O investimento total é de R$ 476 milhões.
O presidente dos Correios afirma que o volume de investimentos planejados pela empresa é “bem maior” do que aqueles do “Novo PAC”. Agora, só constam os projetos “mais maduros”, disse Silva dos Santos, explicando que os demais poderão entrar depois.
Entre os novos projetos está o centro operacional no Aeroporto de São Gonçalo do Amarante (RN), que deve desafogar outros centros de triagem que recepcionam produtos vindos do exterior.
Por meio da compra de novas máquinas, a estatal busca acelerar o seu processo de triagem. Estima-se, que a capacidade diária de processamento de cartas e encomendas dos Correios irá avançar de 47% a 310%, a depender do centro que será modernizado.
Atualmente, a capacidade total de processamentos diários está em 2,3 milhões, o presidente dos Correios estima que essa capacidade chegue a 3,7 milhões, com a implementação do seu plano estratégico. Essa estimativa não considera os cinco novos centros.