“Antes a cadeia do que servir ao exército sionista”, diziam cartazes no protesto de judeus ortodoxos contra alistamento militar no exército de Israel, reprimido na segunda-feira (23).
Manifestação de centenas de judeus ortodoxos contra o alistamento militar obrigatório no exército sionista de ocupação, diante do Knesset, o parlamento israelense, em Jerusalém, foi duramente reprimida nesta segunda-feira (23) e pelo menos 11 foram presos. Protesto da semana passada, em Jerusalém e na vizinha Beit Shemesh, que reuniu milhares, acabou em 120 detidos. Os jovens exibiam cartaz com os dizeres: “antes a cadeia do que servir ao exército sionista”. As duas manifestações também exigiram a imediata libertação de 45 jovens estudantes de yeshiva – instituição onde os textos religiosos judaicos são ensinados – que estão presos em instalação militar acusados de se evadirem do alistamento.
Por razões de ordem religiosa, os judeus ultra-ortodoxos sempre se recusaram a prestar serviço militar, para se dedicarem ao estudo do livro sagrado judaico, a Torá, sendo que parte deles também não reconhece o Estado sionista e se recusa a reprimir e assassinar palestinos. A isenção existia desde o governo de Ben-Gurion, fundador do Estado de Israel, e foi revogada em setembro pela Suprema Corte, que a considerou “inconstitucional”.
Assim, se repetiram as cenas que já são comuns em Israel, com os judeus ultra-ortodoxos, de tranças e trajando suas vestes típicas sendo arrastados por policiais. No ato dessa segunda-feira, Netanyahu lançou policiais montados e canhões de água contra os jovens anti-alistamento. O líder da Facção de Jerusalém, Rabi Shmuel Auerbach, conclamou os jovens a se absterem de obter isenções – alternativa disponível por enquanto – ou de cooperar com os militares de qualquer outra forma.
Segundo os arautos da “obrigação para todos” de servir ao apartheid, roubar terras e espancar e matar palestinos, a isenção aos jovens ultra-ortodoxos fere o princípio do “igualitarismo” entre jovens seculares e jovens religiosos.