Só em agosto foram desviados da sociedade para a agiotagem R$ 83 bilhões do orçamento
O Brasil desviou dos cofres públicos para pagamento de juros no mês de agosto deste ano R$ 83 bilhões. No mesmo mês do ano passado foram gastos com juros R$ 35,6 bilhões. Ou seja, a farra de Campos Neto de jogar a Selic na lua fez com que o país aumentasse suas despesas financeiras em R$ 48 bilhões num só mês.
No acumulado em doze meses, os juros nominais alcançaram R$ 689,4 bilhões (6,60% do PIB) em agosto de 2023, comparativamente a R$ 575,6 bilhões (6,03% do PIB) nos doze meses até agosto de 2022. Foram R$ 113 bilhões a mais, tirados do setor público (União, estados/municípios e estatais) fruto da manutenção, pelo Banco Central, das taxas de juros reais mais altas do mundo durante um ano.
O país inteiro foi espremido, faltaram verbas para investimentos, para a melhoria dos serviços públicos, para prevenção de catástrofes, para a Segurança Pública e para o combate à fome, enquanto os bancos e os parasitas que vivem do rentismo enchiam os bolsos com fortunas incalculáveis.
Se, além dos juros, entrarem nos cálculos as despesas com rolagem e amortização da dívida, as cifras gastas com a ciranda financeira atingem quase metade de todo o orçamento.
A estagnação econômica provocada pelos juros altos reduz a arrecadação de impostos e agrava o balanço de pagamentos. As “soluções” apregoadas pelos neoliberais de plantão, como Campos Neto& Cia, são só cortes de gastos sociais e de investimentos.
O setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 22,8 bilhões em agosto, ante déficit de R$ 30,3 bilhões em agosto de 2022. Houve déficits de R$ 26,2 bilhões no Governo Central e superávits de R$ 2,5 bilhões nos governos regionais e de R$ 866 milhões nas empresas estatais. Nos doze meses encerrados em agosto, o setor público consolidado registrou déficit de R$ 73,1 bilhões, equivalente a 0,70% do PIB (0,08 p.p. inferior ao déficit acumulado até julho).
Eles alardeiam que “a Constituição não cabe no orçamento” e atacam as despesas obrigatórias, como pagamentos de aposentadorias, direitos sociais, salários de servidores e pisos constitucionais como os da Saúde e Educação. Tudo para garantir os lucros astronômicos do bancos.
O resultado nominal do setor público consolidado, que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados, foi deficitário em R$ 106,6 bilhões em agosto. No acumulado em doze meses, o déficit nominal alcançou R$ 762,5 bilhões (7,30% do PIB), 0,35 p.p. do PIB superior ao déficit acumulado até julho. Com a redução em conta-gotas nas taxas de juros, a situação de gastança com juros se mantém quase inalterada.