FUP, FNP, centrais sindicais e entidades de diversos setores organizam ato em frente à sede da estatal no Rio de Janeiro no próximo dia 3 de outubro, data de fundação da maior empresa do povo brasileiro, fundada em 1953 por Getúlio Vargas
Celebrando os 70 anos de fundação da Petrobrás, centrais, sindicatos, entidades e partidos estão organizando um grande ato nacional para o dia 3 de outubro em frente à sede da estatal no Rio de Janeiro. Além de comemorar a criação e história da mais importante estatal do país – parte do projeto nacional desenvolvimentista de Getúlio Vargas, criador da companhia em 1953 – o ato pretende colocar em pauta a defesa da estatal.
“O dia 3 de outubro, data da criação da Petrobrás, tornou-se há muito tempo símbolo de luta em defesa da soberania nacional”, aponta Deyvid Bacelar, coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), uma das entidades que convoca o ato. Atividades em celebração das sete décadas de existência da companhia estão sendo realizadas em todo o país desde a semana passada.
Em artigo publicado no Diplomatique no último dia 28, Bacelar afirma que o ato do dia 3 pretende reafirmar um projeto de país que precisa ser retomado, após anos de ataque que pretendiam a dissolução do sistema Petrobrás e sua privatização.
“Nesse processo de resgate da atuação da maior empresa do país os desafios são enormes e começam pela reconstrução da companhia que nos últimos anos, e especialmente nos quatro anos do governo Bolsonaro, teve reduzido seu tamanho e vigor, por meio de agressiva política de privatização e do encolhimento de investimentos”, afirma o petroleiro.
Alvo de um projeto de desinvestimentos que tinha como objetivo culminar em seu total desmonte, a existência e importância da principal empresa brasileira resistiu com o apoio da organização e luta dos movimentos sociais.
O coordenador da FUP relembra que somente no governo Bolsonaro, “foram vendidos 68 ativos do Sistema Petrobrás, incluindo 4 refinarias, a BR Distribuidora, a Liquigás, a Gaspetro, a Transportadora Associada de Gás (TAG), a Nova Transportadora do Sudeste (NTS), usinas de biocombustível, usinas eólicas, termelétricas, plantas petroquímicas, sondas de perfuração, campos de petróleo em terra e em mar, inclusive no Pré-Sal”.
Bacelar afirma que neste início de governo Lula, o compromisso com o Brasil e a Petrobrás estão sendo retomados através das mudanças na composição dos preços dos combustíveis e promessas de retomada nos investimentos, incluindo projetos inovadores na área de energia limpa e sustentável – tendo a Petrobrás no centro do desenvolvimento dessas tecnologias.
“Agora, precisar buscar a autossuficiência no refino, terminando as obras de refinarias que foram paralisadas, ampliando as refinarias existentes e, se necessário, construir uma nova e moderna refinaria com biorrefino e combustíveis verdes, para atender a demanda do 8º maior mercado consumidor de derivados de petróleo do mundo”, argumenta o dirigente da FUP, como uma das pautas do ato deste ano.
A luta da FUP, diz o sindicalista, “inclui, de imediato, a retomada de ativos da empresa que foram vendidos a preço de liquidação, subavaliados”.
“Ao longo dos anos, a Petrobrás impulsionou o desenvolvimento econômico e social do país, investiu em cultura, em pesquisa e desenvolvimento, e foi pioneira na exploração de petróleo em águas profundas. Apesar dos ataques sofridos por governos anteriores, a Petrobrás resistiu e volta com fôlego para seguir sua trajetória estratégica de maior empresa do Brasil, com a valorização de seus empregados e a retomada de concursos públicos para ocupação de novos postos de trabalho exigidos pelo crescimento”.
O ato deste dia 03 será realizado em frente à sede nacional da Petrobrás, no Rio de Janeiro, com mobilizações das federações dos petroleiros, centrais sindicais, as entidades que integram a Plataforma Operária e Camponesa da Água e Energia, a Frente Brasil Popular, a Articulação de Redes, os Comitês Populares e mais de 30 outras organizações sociais e partidos políticos.