A historiadora Paula Coradi foi eleita, no domingo (1), presidente do PSol com apoio de 67% dos delegados do 8º Congresso Nacional do partido. Seu mandato dura até 2026.
Ela foi eleita pela chapa PSol de Todas as Lutas, que foi construída por lideranças como o ex-presidente do partido, Juliano Medeiros, Guilherme Boulos, Ivan Valente e Luiza Erundina, entre outros. O grupo conseguiu maior controle sobre o partido.
Paula Coradi é membro da Comissão Executiva Nacional do PSol desde 2017, da qual foi secretária de movimentos sociais.
Ela ainda coordenou as campanhas de Guilherme Boulos para a Presidência da República, em 2018, e para a Prefeitura de São Paulo, em 2020.
Desde 2021, Coradi atuou como secretária de organização do PSol. Segundo ela, o objetivo é “seguir como nosso trabalho de ampliação da nossa base social, e estreitar ainda mais os laços com os movimentos sociais para estarmos ainda mais fortalecidos nas eleições de 2024”.
A chapa vencedora do Congresso defende o apoio ao governo Lula. Segundo os documentos do grupo, o papel do PSol, “sendo parte da base de apoio do governo Lula e preservando a nossa autonomia e nosso programa”, deve ser o “de estimular a permanente mobilização social em favor do programa eleito pela maioria em 2022”.
O grupo ainda coloca como “eixo fundamental” da atuação da legenda a luta contra a extrema-direita e o neoliberalismo no Brasil.
AGRESSÃO
Durante os debates acerca da política do partido, um delegado do grupo majoritário deu um soco em Roberto Robaina, liderança do grupo minoritário e vereador de Porto Alegre. A direção do partido disse que vai apurar o caso.
A corrente de Roberto Robaina denunciava para os delegados do congresso uma manobra do grupo majoritário para tomar o controle sobre a Fundação Lauro Campos e Marielle Franco. O caso levou a discussões acaloradas.
As filmagens mostram que, enquanto um direito de resposta era discutido pela mesa que coordenava os trabalhos, um membro do grupo majoritário, que já foi identificado, subiu no palco, andou até Roberto Robaina e desferiu um soco pelas costas.
O Movimento Esquerda Socialista (MES), do qual Robaina é líder, exigiu “a apuração do caso a partir das imagens do ocorrido e a tomada de sanções duras contra o agressor, que não deve permanecer nas nossas fileiras do PSOL. É necessário combater esta cultura de violência nunca vivenciada antes na história do PSOL”.
A direção nacional da legenda disse lamentar o episódio de violência e informou que vai apurar o caso.
Leia a íntegra da nota da direção do PSol:
“Durante o 8º Congresso Nacional do PSOL, houve um desentendimento entre dois militantes que terminou por acirrar o ânimos e interromper o andamento do Congresso por alguns instantes. A direção do PSOL lamenta o ocorrido. O caso está sob apuração das instâncias responsáveis. O incidente não alterou o curso do encontro, que se encerrou elegendo a nova direção e aprovando todas as resoluções previstas”.