Wellington Macedo de Souza prestou depoimento à CPI da CLDF (Câmara Legislativa do Distrito Federal) na quinta-feira (5)
O terrorista Wellington Macedo de Souza, apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a 6 anos de prisão por tentar explodir bomba nos arredores do aeroporto de Brasília, em dezembro de 2022, ficou em silêncio durante algumas perguntas feitas, na quinta-feira (5), na CPI da CLDF (Câmara Legislativa do Distrito Federal), que investiga os atos de 8 de janeiro.
Ele preferiu não responder a questionamentos relacionados ao ex-presidente, a fake news sobre vacinação e tentativa de golpe de Estado.
Durante depoimento à CPMI do Golpe, no Congresso Nacional, no fim de setembro, o blogueiro teve a mesma postura. Na ocasião, ele disse que aceitaria colaborar caso a defesa tivesse acesso às investigações em que ele é alvo.
Nesta quinta-feira, na Câmara Legislativa, Macedo respondeu a algumas perguntas, mas se recusou a falar sobre divulgação de fake news, vacinação, se teve ajuda na fuga para o Paraguai e sobre o vídeo em que ele dizia que 5 generais do alto escalão estavam impedindo a realização de golpe.
AÇÃO CONTRA RESULTADO DA ELEIÇÃO
O blogueiro também ficou em silêncio quando questionado sobre a possibilidade de Bolsonaro ter autorizado alguma ação dos manifestantes contra o resultado do processo eleitoral.
No depoimento, Macedo se disse vítima de Alan Diego dos Santos Rodrigues e George Washington de Oliveira Sousa, outros dois envolvidos na tentativa de explosão de bomba em 24 de dezembro de 2022 e condenados em 2ª instância pela Justiça do Distrito Federal. Segundo ele, vítima de “uma trama diabólica”.
O blogueiro afirmou que apenas deu carona a Alan para o aeroporto e não sabia sobre plano de bomba. Ele disse que circularam por diversos pontos do DF, sem que Alan descesse do carro. Por volta das 3 h da madrugada, Alan teria pedido a ele que estacionasse ao lado de caminhão de combustível. “Perguntei o que estava acontecendo e vi na mão dele um controle, como de ar-condicionado”, relatou.
Segundo Macedo, Alan colocou o artefato no paralama do caminhão e disse para ele não parar mais o carro: “Pode seguir. Vou explodir o caminhão”, teria dito Alan.
O blogueiro disse, no depoimento à CPI, que entrou em pânico. “[Fiquei] em desespero, porque ainda tinha uma mochila no banco traseiro. Falei: ‘Como você faz isso comigo? Estou com uma tornozeleira eletrônica’. Disse que todo o percurso que foi feito estava registrado [na polícia]”, conta.
CARGO EM MINISTÉRIO
Wellington Macedo chegou a ser assessor na Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, durante o governo Bolsonaro. O Ministério era dirigido por Damares Alves, atualmente senadora pelo Republicanos do Distrito Federal.
Entre fevereiro e outubro de 2019, ele teve cargo comissionado na Diretoria de Promoção e Fortalecimento de Direitos da Criança e do Adolescente.
ANA PRISCILA DE AZEVEDO
A CPI da Câmara Legislativa aprovou, nesta quinta-feira, a quebra de sigilo telefônico e telemático de Ana Priscila de Azevedo, considerada uma das lideranças dos atos golpistas, na Praça dos Três Poderes, em 8 de janeiro.
Ela prestou depoimento à CPI dia 28 de setembro. Aos distritais, afirmou que não iria desistir do País, e se juntou aos manifestantes porque pensavam igual a ela. “Sou brasileira, sou patriota e jamais desprezei a democracia. Sou patriota, mas não sou golpista. Sou patriota, como deve ser todos os deputados. Sou patriota como devia ser todos os ministros do STF”, disse.
“Em momento algum pensei que ser patriota pudesse ser sinônimo de golpista, e passasse a ser considerado um tipo penal. Pensava eu que a democracia me permitisse o direito ao livre pensamento, onde (sic) eu pudesse ir aonde e me encontrasse com quer que fosse”, disse.
LIDERANÇA BOLSONARISTA
Ela foi presa pela PF (Polícia Federal) em 10 de janeiro, em Luziânia, no Entorno do Distrito Federal, e se encontra detida na Penitenciária Feminina do DF, conhecida como Colmeia.
A bolsonarista também era administradora de grupo no Telegram, chamado de “A queda da Babilônia”, que contava com mais de 35 mil membros. Mesmo após os ataques, Ana Priscila seguiu com postagens em grupos de Telegram.
“Os caras armaram e colocaram tudo para cima de mim. Assassinaram minha reputação e não minha consciência”, escreveu, na época.
M. V.